Maioridade
Marcelo Cioti
Autodidata, Atibaia
O cartunista Angeli, do jornal Folha de S. Paulo, debochou de quem defende a redução da maioridade penal, comparando aos nazistas. Então, eu e a maioria do povo brasileiro, que é contra essa aberração de “crianças” de 15, 16 e 17 anos estuprar e matar quando quiserem, somos “nazistas”. Tenham a santa paciência, senhores!
Cotas
Mauricio Paranhos Torres
Médico, Campinas
A constatação da Unicamp de que alunos cotistas tem desempenho equivalente aos demais mostra, em minha opinião, que esses alunos, se tivessem uma escola pública de qualidade, estariam competindo em igualdade de condições sem necessidade de cotas. Isso só mostra o equívoco dessa política que separa, discrimina e tira do governo a responsabilidade de uma educação pública de qualidade. Mais uma vez uma solução que diminui efeitos, mas não resolve as causas, como é recorrente neste País, e que cria uma injustiça, já que os alunos de escola pública podem ter 100% das vagas e os das escolas privadas não. (…) O País tem se especializado em fingir que resolve problemas e as pessoas aceitam com naturalidade e até com admiração. O Brasil sempre foi o País do futuro. Pois o futuro já chegou e nós não estamos nele!
Paris é aqui
Edmilson Siqueira
Jornalista, Campinas
Comparar Campinas a Paris, como fez um urbanista em reportagem publicada em 12/5, é desconhecer as realidades de uma e de outra cidade. Paris construiu a atual configuração no século XIX, sob Napoleão III e o prefeito Barão de Haussmann, destruindo a cidade medieval que ainda restava. E a primeira linha do metrô de lá foi inaugurada em 1900. Campinas vem destruindo tudo que fazia desta cidade um local humanizado para se transformar num mar de espigões. Derrubá-los, hoje, envolveria um custo que nem o governo federal poderia bancar. Construir edifícios menores nos espaços que ainda restam, seria acabar com praças e adensar ainda mais regiões já saturadas e com trânsito à beira do caos. A falta de planejamento — a volúpia imobiliária começou no fim dos anos 1960, no governo Quércia — já cravou doenças tão profundas por aqui que temo não haver mais soluções que o orçamento municipal possa pagar.
Drogas
Helio Rosolen
Aposentado, Campinas
Salutar é o anúncio de que o governador Geraldo Alckimin vai dar o primeiro passo para começar o combate contra essa terrível dependência química que é o crak. O Cartão Recomeço vai atender em princípio 3 mil pessoas, e só em Campinas, 500 viciados, com um valor de R$1.350,00 por dependente acima de 18 anos. Inicialmente fiquei preocupado ao saber que essa importância não vai para a mão do usuário de crack e nem para sua família, e sim para as pessoas que monitoram esse programa. Pode ocorrer que isso seja um tiro no pé, mas devemos lembrar que o programa Bolsa Família teve sua origem aqui em Campinas, no governo de Magalhães Teixeira, hoje implantado no Brasil todo, e deu certo.
PT
Cleso M. Maia
Aposentado, Campinas
Quem assiste aos programas políticos do PT deve ficar maravilhado com o que dizem. A educação está ótima; as estradas continuam impecáveis; a saúde, como sempre, muito bem, atendimentos e internações de Primeiro Mundo, ainda mais com a chegada de médicos cubanos; a segurança não existe melhor, as leis são ótimas, matam os seres humanos como se matam baratas e jogam a culpa no ‘di menor’; os corruptos do Mensalão continuam dando as cartas (pois aonde já se viu eles irem para a cadeia, quem deve ir é o dr. Joaquim); nossa inflação está tão alta que chegamos ao absurdo de uma marca famosa colocar em sua embalagem de aveia o seguinte: “redução de 250g para 200g ou 20% de redução”, mas no preço não houve redução alguma, continua o mesmo.
Castelo
Vinicius D’Ottaviano
Filósofo e psicólogo, Campinas
A cada dia que passa me espanto mais e mais com os contrastes desta minha cidade. Um assunto antigo era a rearborização do Balão do Castelo, um dos tantos lugares degradados da nossa cidade, que pelo que me lembro é a única no mundo que demoliu um teatro municipal, uma igreja e tantas outras coisas que é bom nem lembrar. Por que os legisladores não arruinariam uma mera praça? E agora, um novo problema, talvez por inoperância dos “vizinhos” do nosso bairro, que insistem em não autorizar a ampliação da Avenida Getúlio Vargas, o que com certeza resolveria bem o problema do trânsito na região.
Sob suspeita
Luciana Lins
Dentista, Campinas
Se o juiz Élcio Fiori Henriques, do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, suspeito de lavagem de capitais e crime contra a administração pública, for amigo de Hussain Aref Saab, afastado do cargo de diretor do setor de aprovação de empreendimentos imobiliários de São Paulo, pelo prefeito Gilberto Kassab (…), a investigação vai virar uma grande pizza, pois o juiz Élcio Fiori Henriques afirmou que seu patrimônio tem origem legal. (…) Para quem tem boa memória, basta lembrar do caso da esposa de Renan Calheiros, que conseguiu um lucro de 69% em quatro meses, fruto de empresa relâmpago do senador, hoje presidente do Senado. Como se pode notar, essa gente consegue aplicações milionárias porque têm acesso a investimentos “bem-sucedidos”, coisa que os mortais do lado de cá têm que se contentar com os juros de menos de 0,5% da poupança.
Leite
Alex Tanner
Servidor público, Sumaré
No Rio Grande do Sul foi descoberta uma quadrilha que adulterava o leite. Na ambição por lucros, os transportadores adicionavam 10% de água, e com isso usavam ureia para não serem pegos nos “testes laboratoriais”. A ureia tem formol, que mantém a cor e aparência do “leite” (formol é usado para conservação dos mortos nos velórios). A verdade é que esse leite adulterado é mortal. Após consumido, vai gerar doenças para os consumidores, entre elas o câncer. Será que desse leite contaminado não foram produzidos iogurte, requeijão, muçarela etc., pois tão perigoso quanto o leite, são os derivados. Enfim, esses transportadores são bandidos e assassinos, mas como ganharam muito dinheiro ilícito, vão constituir bons advogados e vão continuar no ramo! (na política é assim). Isso é Bra“z”il.
Veículos
Maria Aparecida Gadioli
Professora de música, Campinas
No primeiro cruzamento já está entupido de carros. Exagero? Uma pessoa em cada carro, numa competição imbecil. Se um colega compra um carro, o tolo vai e compra a duras prestações um mais caro. Pobreza de espírito! Eu não entendo o porquê não usar ônibus. Eu não vou de carro à cidade. Riscam, batem, arranham seu veículo e nem param pra ver o que aconteceu. Emdec, socorro! Ou coloca-se mais ônibus nas ruas ou logo vamos morrer intoxicados pela fumaça maldita. (…) Povo, acorda, estamos jogando toneladas de veneno no espaço. A natureza cobrará.