Corte de guardas civis mobiliza corporação em Americana

A Guarda Municipal de Americana (Gama) interrompeu na sexta-feira (12) o atendimento à população durante duas horas para discutir o corte de gastos que será adotado na corporação para se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A medida tenta melhorar a grave situação financeira da cidade, que vive a maior crise econômica e política de sua história, com uma dívida atual de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. O prefeito Omar Najar (PMDB) informou que a ideia é reduzir os gastos da Guarda com as horas extras. A medida, porém, deixou em alerta o Sindicato dos Servidores Municipais, que teme redução de salários ou demissões.O efetivo completo da Gama é formado atualmente por 370 pessoas e o custo com a folha de pagamento é estimado em R$ 33 milhões ao ano. Segundo o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Servidores, Rogério Vanzo, a solicitação da Administração teria por objetivo economizar 800 mil a cada mês. “Nós rejeitamos qualquer proposta de demissão, redução de salários ou perda de qualquer direito conquistado. A gente acredita que há outras despesas que podem ser revistas”, disse.Segundo Najar, a cidade só pode comprometer 54% do orçamento com salários para cumprir o que prevê a LRF — atualmente o índice está em 63%. “Nós conversamos com o sindicato e mostramos que Americana pagou no mês passado R$ 1 milhão de horas extras. Onde a gente está podendo cortar, a gente está cortando.” O prefeito informou que propôs a adoção de um banco de horas, mas que o funcionalismo não aceitou. A proposta final, que ainda será avaliada pela categoria, é um sistema de compensação no horário: “Se o guarda ultrapassar o horário quando apresentar uma ocorrência no Plantão Policial, por exemplo, ele teria quinze dias para compensar essas horas”, afirmou. O diretor e comandante da Gama, Marcos Guilherme, informou que a assembleia feita ontem entre as 14h e 16h30 foi para informar a categoria sobre o processo de redução de gastos. “Vamos receber sugestões para tentar chegar a um denominador comum”, informou. Os setores jurídico da Guarda e do Sindicato vão se reunir nos próximos dias para analisar as medidas. “Se tiver demissão, a primeira medida vai ser entrar com uma ação para tentar a reintegração. A greve também é uma possibilidade”, disse Vanzo. SaláriosA Prefeitura afirmou ontem que deve acertar até a próxima semana o restante dos salários de junho dos funcionários públicos que ganham mais de R$ 3,6 mil. Apenas quem recebe até esse valor já teve os valores depositados em conta. O Correio mostrou esta semana que o município atrasou o pagamento de 3,2 mil servidores municipais. Eles receberam apenas uma parte do salário (R$ 1,8 mil). A Secretaria da Fazenda aguardava a entrada do ICMS para conseguir complementar o pagamento.