Aventura com conforto e segurança no roadster canadense
Visual do Spyder Can-Am chama a atenção (Osvaldo Furiatto Jr/AAN)
Como diz o ditado: é fácil se acostumar com que é bom. Assim foi a experiência em pilotar o Roadster canadense Spyder RS-S Can-Am, produzido pela Bombardier Recreational Products (BRP).
Primeiro uma aula para entender o funcionamento e a alta tecnologia que proporciona muito desempenho, conforto e segurança ao modelo da linha Sport.
No começo tudo é muito diferente para quem está acostumado com as motocicletas. Além de ter apenas três rodas, ao contrário dos triciclos, o Spyder tem duas rodas na dianteira e uma na traseira.
Na saída é apertar com o dedão a borboleta para engatar a primeira marcha do câmbio semi-automático de cinco velocidades (mais a ré). A luz no painel informa que o freio de estacionamento está acionado.
A primeira aceleração é suave, mas é possível notar que o motor Rotax, com dois cilindros em V de 998 cm³ (desenvolve poderosos 100 cv de potência a 7.500 rpm) transmite potência impressionante para a enorme roda traseira.
Ainda conhecendo o veículo me deparo com um balão. Como o veículo é rígido (não tem a inclinação das motocicletas), nas curvas o corpo sofre a força contrária ao lado que está virando o guidão. É a mesma experiência de pilotar quadriciclo, moto náutica ou moto para neve.
Aliás, a empresa canadense foi a primeira a desenvolver a moto para neve, em 1937 e o Spyder Can-Am inaugurou uma nova categoria com o roadster (termo usado para carros esportivos com dois lugares sem teto fixo, nem janelas retráteis) Spyder Can-Am.
Apesar de pesar 362 kg a seco (sem óleo e combustível), a condução é facilitada pelo fato do piloto não precisar colocar os pés no chão com o veículo parado. Isso também facilita para os pilotos de menor estatura.
Os primeiros quilômetros na estrada foram por um trecho muito movimentado da Rodovia Anhanguera, entre Sumaré e o distrito de Aparecida, em Campinas. Ainda muito cauteloso e
trafegando pela faixa central da pista, rapidamente vou trocando as marchas. O escalonamento
do câmbio é curto e logo estou na última marcha, na velocidade máxima permitida de 100
km/h.
A posição de pilotagem é muito confortável. O assento é enorme e o corpo fica um pouco
projetado para frente apoiado sobre o largo guidão. Já na Rodovia dos Bandeirantes, com velocidade permitida de 120km/h, sinto inconvenientes tapas laterais de vento, mas o Spyder RS-S tem um sistema de direção hidráulica eletrônico que deixa o guidão mais rígido conforme a velocidade vai aumentando.
Isso facilita nas manobras paradas, quando o guidão fica leve e firmeza no guidão que aumenta conforme o veículo roda mais rápido. Os mais experientes garantem que o maior prazer é pilotar por estradas sinuosas.
Mais relaxado, logo percebo tanto os olhares dos caminhoneiros que são ultrapassados, como também dos ocupantes de veículos que passam pela faixa da esquerda. Alguns chegam a tirar o pé do acelerador e emparelhar com o triciclo na tentativa de ver mais detalhes. Afinal, além do design moderno, o Spyder Can-Am RS-S é enorme e apresenta visual agressivo.
O modelo testado é da linha Sport e a BRP ainda oferece os modelos ST (Sport Touring), que pode ser adquirido com bolsas laterais e o top de linha RT (Touring), com três verdadeiros bagageiros e muitos outros mimos.
O veículo da BRP está equipado com um sistema de estabilidade que une os freios ABS, que evita o travamento das rodas, controle de tração e estabilidade, que corta a força do motor se o Spyder começa a desgarrar do chão.
No primeiro dia foram percorridos cerca de 80 quilômetros e na análise final foi de um veículo meio “estranho”. Mas como disse no começo da matéria, é fácil acostumar com o que é bom e no segundo dia a experiência foi outra. Mais habituado ao Spyder, começo a perceber as características do modelo e aplicar mais as tecnologias disponíveis.
Para facilitar a condução e oferecer segurança ao piloto, o veículo da BRP está equipado com um sistema de estabilidade que une os freios ABS, que evita o travamento das rodas, controle de tração e estabilidade, que corta a força do motor se o Spyder começa a desgarrar do chão. Tudo isso transmite segurança ao piloto.
A suspensão tem papel primordial no conforto oferecido pelo Can-AM. Na dianteira, o desenho do braço duplo da suspensão é semelhante aos utilizados nos carros de Fórmula 1. Na traseira o sistema é por monoamortecedor. Ambos funcionam em harmonia e o resultado é o conforto e sensação de segurança para o piloto. O problema é desviar dos buracos, pois quando o buraco fica entre as rodas dianteiras é a roda traseira que cai. A ação de desviar dos buracos acaba virando exercício divertido de habilidade e atenção.
Mesmo o modelo Sport RS-S do Spyder Can-AM tem um porta-malas com capacidade para 49 litros na dianteira que cabem dois capacetes com folga e uma boa quantidade de bagagens durante as viagens. O tanque tem capacidade para 25 litros.
Por fim, o painel mistura instrumento de LCD e analógico com velocímetro, hodômetro, posição da marcha, relógio, indicador de combustível e medidores de percurso e horas. Dois faróis de halogênio de 50W deixam o modelo com uma “cara de bravo”. Para aliviar o vento, o roadster ainda vem com um para-brisa que alivia o vento no peito.
O Spider Can-Am RS-S está disponível nas cores laranja metálico, verde metálico e preto e o preço sugerido pelo fabricante de R$ 63.900.