GUTO SILVEIRA

Contra a corrupção

16/08/2013 às 08:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 05:15

Cerca de 200 integrantes da Maçonaria participaram na noite desta quinta-feira (15), na Câmara Municipal, de um ato contra a corrupção e pela ética e moralidade na política. Eles assistiram a sessão ordinária nas galerias, levaram faixas e o coordenador da 2ª Região da 6ª Macrorregião do Grande Oriente, de São Paulo, Ângelo Henrique Pileggi Palocci leu uma carta da tribuna do Legislativo onde apontou funções e objetivos da Maçonaria, como instituição secular que atua por uma sociedade mais justa e esclarecida. “Muitas são nossas ações em creches, hospitais, asilos, abrigos, escola e na Ordem de Jovens De Molay”, destacou. A carta também registra que o Brasil tem 220 mil maçons, número menor apenas que o ostentado por Estados Unidos e Inglaterra. O texto também informa que a maçonaria teve papel decisivo em grandes acontecimentos mundiais, como a Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos. “Por isso não podemos nos omitir neste importante momento de nossa história. A Maçonaria, também atenta ao clamor das ruas, defende que a ética é inegociável, e na política não pode e não deve ser diferente”. Depois da leitura, vários vereadores se discursaram para apoiar o ato. O presidente da Mesa Diretora, Cícero Gomes da Silva (PMDB) disse que seria bom que os maçons também acompanhassem o trabalho da Câmara, dos vereadores, para que não tenham que ficar apenas com as informações divulgadas pela imprensa. “Está na hora de cada um acompanhar mais de perto. Porque acompanhando você pode emitir opinião a respeito do vereador e do trabalho da Câmara”, disse.PRÁTICAS CORRUPTASO vereador Samuel Zanferdini (PMDB) contou que durante a campanha eleitoral é comum receber pedido de favores e benefícios. “Uma vez fui pedir voto em uma casa e a pessoa perguntou se eu poderia pagar o telhado da casa dele. Cumprimentei a pessoa e deixei o local Em outra ocasião fui fazer campanha em uma empresa e um cidadão me chamou de lado, disse que a família dele tinha 40 pessoas, que outro candidato tinha oferecido dez cestas básicas e perguntou o que eu poderia fazer por eles”.MAL ESPALHADOO vereador citou os exemplos para dizer que a corrupção está espalhada não só nos poderes constituídos, como Executivo, Legislativo, Judiciário “e até na Maçonaria, por que não?” Há razão nas palavras do vereador. Mas é preciso lembrar que as pessoas aprendem com os exemplos que assistem e ouvem. E que há muito exemplo ruim vindo das mais variadas esferas de poder. Com raras e honrosas exceções (ainda bem). Tanto no poder quanto na população.MULTA AMPLIADAOs vereadores aprovaram na sessão de quinta-feira um projeto apresentado pelo vereador Beto Cangussú (PT) que altera lei da própria autoria do petista, de 2007. Pela lei, os bancos são obrigados a atender os clientes que vão aos caixas em 15 minutos nos dias normais e em até 30 minutos nos dias de grande movimento. A alteração foi para ampliar a multa aplicada por descumprimento. O texto registrava multa de dois salários mínimos (R$ 1.356,00).VALOR COMPENSAVACom a mudança na lei, a punição passa para 300 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufespes), o que equivale a quase R$ 6 mil, com o dobro do valor na reincidência. “Do jeito que estava, compensava aos bancos descumprir a lei e pagar a multa, ao invés de melhorar o atendimento à população”, disse o vereador ao pedir o voto dos colegas. A proposta foi aprovada por unanimidade.

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