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Consultorias esperam reajuste de até 9,5% na gasolina

Segundo consultores, será necessário reforçar caixa da Petrobrás por causa da alta da cotação do petróleo e da desvalorização do câmbio no Brasil.

Agência Estado
24/05/2015 às 11:10.
Atualizado em 23/04/2022 às 12:45
A avaliação da diretoria, entretanto, é que há margem para redução de preços em função das mudanças no câmbio e da queda nas vendas de combustíveis ( Leandro Ferreira/ AAN)

A avaliação da diretoria, entretanto, é que há margem para redução de preços em função das mudanças no câmbio e da queda nas vendas de combustíveis ( Leandro Ferreira/ AAN)

Além dos aumentos de preços administrados anunciados recentemente estarem surpreendendo para cima, alguns economistas estão incluindo em seus cenários de inflação deste ano um possível reajuste nos preços da gasolina. Para eles, será necessário reforçar o caixa da Petrobrás por causa da alta da cotação do petróleo no mercado internacional e da desvalorização do câmbio no Brasil. Além disso, a empresa já deu sinais de que vai reajustar os combustíveis.Essa percepção ganha força na medida em que o mercado acredita que a estatal tem autonomia para decidir sobre sua política de preços independentemente da inflação.Duas etapasO economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, trabalha com um cenário de reajustes nos preços da gasolina em 2015, de 9,5% e de 6,0% na refinaria e na bomba, respectivamente, distribuídos em duas etapas, uma no meio e outra no fim do ano. “A lógica é de que se (o governo) fizer o quanto antes pode fazer menos.”Impacto Esses números teriam um impacto de 0,24 ponto porcentual no IPCA. Kawall disse que a defasagem entre os preços internos da gasolina ante o mercado externo, que já chegou a ser vantajosa para a Petrobrás em cerca de 40% no ano passado, agora está na faixa de 5,0%.“Que (o aumento) vem, vem. A questão é a intensidade. O Monteiro foi muito claro”, disse Kawall, referindo-se ao diretor Financeiro da Petrobrás, Ivan Monteiro. Na semana passada, o diretor reafirmou que a estatal “tem liberdade e vai praticar preços competitivos e de mercado”. Segundo ele, esse é um compromisso da companhia com acionistas e também com o mercado de dívidas, uma vez que a redução do endividamento é tida como prioridade pela atual diretoria.Diferentemente dos anos anteriores, o mercado agora vê a empresa com autonomia em sua política de preços, sem pressões políticas que pesavam contra reajustes que pudessem elevar ainda mais a inflação.Nas contas do banco Safra, em 2016, diante da expectativa de um câmbio mais depreciado, um outro aumento nos preços da gasolina, na faixa de 7% na bomba, seria necessário.Aumentos de combustívelO Banco Sicredi acaba de revisar suas projeções de inflação por causa da expectativa de aumento da gasolina. As estimativas de 8 30% e 5,0% para o IPCA em 2015 e 2016 foram revistas para 8,50% e 5,20% porque agora o banco embutiu aumentos do combustível neste ano e no próximo em seus prognósticos, de acordo com o economista Pedro Ramos.“A Petrobrás tinha uma vantagem grande, de cerca de 40%, que agora se esvaiu”, disse Ramos, lembrando que as cotações da commodity engataram alta no mercado internacional e o real se depreciou bastante nos últimos meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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