Documento apresenta necessidade de ampliação das vazões para a região
Consórcio pede mais água para a região de Piracicaba ( Christiano Diehl Neto)
O Consórcio PCJ protocolou a proposta de renovação da outorga do Sistema Cantareira junto ao Comitê das Bacias PCJ. O documento apresenta a necessidade de aumentar a vazão para a região de Piracicaba em 18 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), frente ao crescimento populacional que dobrou no último ano - segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), passou de 2% para 4%. A abrangência do Consórcio PCJ é de 75 municípios, em um universo de 5,5 milhões de habitantes, mais nove milhões de habitantes da Grande São Paulo. "Consequentemente, falamos em mais de 14,5 milhões de habitantes. Por meio do documento queremos garantir a sustentabilidade econômica e hídrica da região, já que uma está ligada à outra", explica o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Carlos Castro Lahoz. "Para expandir o segmento industrial destas cidades é preciso água. Nossa proposta é construir uma solução não apenas a curto prazo. Claro que precisa atender as necessidades de agora, mas também precisamos garantir a sobrevivência da comunidade e da população futura, além do desenvolvimento econômico a longo prazo", acrescenta.Atualmente, o Sistema Cantareira envia cinco metros cúbicos de água por segundo para as Bacias PCJ. Vazão que se mostra insuficiente para assegurar o abastecimento público, industrial e rural. "Nos últimos três anos, em períodos de estiagem, o Cantareira chegou a enviar até 12 m³/s para a região. Estamos pedindo 18 m³/s porque a outorga vale para a próxima década. Com a estimativa do crescimento populacional, será necessária a vazão solicitada", afirma Lahoz.O documento será apresentado à Câmara Técnica de Planejamento na próxima sexta-feira, 25, em Capivari. O encontro funciona como um miniplenário que filtra e avalia as solicitações e condições das bacias. As propostas são encaminhadas ao Comitê das Bacias PCJ que, por fim, envia aos organismos gestores, como a Agência Nacional de Águas, o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas.A nova outorgada deve ser oficializada em agosto de 2014. "Nossa tentativa será fechá-la no dia 22 de março para evitar que o período se prorrogue para próximo a Copa do Mundo ou as eleições", revela o secretário executivo. O estudo que mostra as necessidades da região foi realizado em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). "Não queremos que as compostas se abram amanhã com vazão de 18m³/s. Pedimos para que a disponibilidade ocorra de acordo com a necessidade. Além disso, queremos no texto principal que os órgãos municipal, estadual e federal se comprometam com o apoio financeiro para a realização de obras e ações ambientais com foco no combate ao desperdício. Só assim será possível garantir a qualidade de vida", assegura Lahoz.Inicialmente, a necessidade de acréscimo de vazões apontava para um incremento de 15m³/s, porém com os novos dados apresentados pelo IBGE, o que acarreta pressão maior sobre a demanda de água, a entidade apresentou a proposta com a necessidade 18m³/s para garantir o abastecimento público, industrial e rural.