DECORAÇÃO

CONEXÃO COM O ORIENTE

Chabakos: originárias do Japão, caixas de madeira decoradas com papel caem nas graças dos brasileiros pelas multifunções

Karina Fusco
karina.fusco@rac.com.br
21/04/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:50

A peculiar cultura japonesa reserva aos olhos ocidentais muitas surpresas. Como os chabakos, que começam a ser descobertos pelos brasileiros. Coloridas e repletas de detalhes, essas caixas de madeira forradas com alumínio e revestidas com um papel chamado washi são fabricadas por poucos artesãos até mesmo em sua terra de origem.

Por aqui, quem se dedica à arte é a carioca Léia Sgro (foto), que mora em São Paulo e aprendeu o ofício quando viveu no Japão, entre 2007 e 2011. "Envolvi-me com o chabako por influência de uma amiga. Quando ela me apresentou, foi paixão à primeira vista e resolvi fazer um curso", conta a artista plástica, encantada pela delicadeza e pela exuberância dos objetos.

Na terra do sol nascente, as caixas são feitas com madeiras nobres e forradas com alumínio para proteger da umidade os itens ali armazenados. Para revesti-las, no início, eram usados quimonos, que também encontravam abrigo nos chabakos grandes; 4 os menores guardavam ervas para chás. Com o tempo, o papel de arroz fabricado artesanalmente com gotas de água substituiu os quimonos por seu maior poder de conservação. "A produção do washi é um segredo que passa de geração em geração entre os nipônicos. As famílias que detêm esse saber não o revelam", conta Léia. Mesmo no Japão, o papel tem custo elevado, o que contribui para fazer dos chabakos peças bastante exclusivas.

Para usar e enfeitar

 

Depois de estudar no Interior Chabako Club, grupo formado por mulheres japonesas e americanas em Tóquio e liderado pela artesã Masumi Pizer, Léia não parou mais de produzir chabakos. "Cheguei até a dar aulas no Japão. E para japoneses", revela a carioca. Vivendo em São Paulo desde o ano passado, ela montou o ateliê Vitória Arte, no Jardim Europa, e lá realiza e expõe sua produção – há também itens de cerâmica e joias.

Antes de passar pelo Japão, onde enfrentou até terremoto e tsunami, Léia morou nos Estados Unidos, na Itália, na Áustria e na Inglaterra. Mas foi no Oriente que considera ter vivido uma de suas principais experiências 4 culturais.

"O chabako é uma arte milenar repleta de história e pouco conhecida aos olhos do mundo. Eu amo cor e é por isso que essa técnica me realiza tanto", afirma. De acordo com a artista, fora do território japonês somente três pessoas dedicam-se a essa arte – além dela, há um profissional na França e um nos Estados Unidos.

Além da alteração no revestimento, o tempo também fez mudar a funcionalidade dos objetos. "Eles podem ser usados como mesa de canto e de centro, banquinho e até para guardar produtos variados, como vinhos e brinquedos. Já a parte superior da caixa faz as vezes de bandeja", informa. Por aqui, o preço médio é R$ 700. 

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