Valor estaria em dívida ativa e em pagamentos em aberto; síndica disse que já tentou negociar
Com base na resposta de um requerimento feito ao Daerp, o vereador Samuel Zanferdini (PMDB) disse, da tribuna da Câmara de Ribeirão Preto, que o condomínio Jardim das Pedras, no Jardim Paulista, deve R$ 3,159 milhões à autarquia. Segundo ele, quase R$ 3 milhões já estão na dívida ativa e o restante em “talões” em aberto. “Agora, alguma coisa está errada. Não é possível que não cortaram a água até hoje”, disse.
Ele afirmou ter recebido reclamação de uma mulher que teria tido o fornecimento de água cortado mesmo depois de a conta ter sido paga. “Isso é um absurdo também”, declarou. O vereador afirmou ter sido procurado por moradores do condomínio dizendo que pagam suas contas, mas que a dívida existe. “Eles alegam que pagam a conta de água normalmente, mensalmente. Ou seja, alguma coisa está acontecendo”, disse.
Ele aproveitou para dizer que também recebe reclamações várias de funcionários do Daerp sobre a falta de estrutura para trabalhar. “Eles afirmam que faltam instrumentos para o trabalho de reparo de vazamento de água e esgoto”, discursou. Um e-mail com os questionamentos foi enviado à Coordenadoria de Comunicação Social na quarta-feira (13), mas até na noite de sexta-feira nenhuma resposta foi enviada.
SÍNDICA NEGA
A síndica do condomínio, Vera Ferreira, admite que existe a dívida ativa, mas disse que quita as contas mensais “quase” em dia, já que paga sempre a do mês anterior. E afirma que mesmo com atraso, a água não pode ser cortada porque vivem no local cerca de 6,5 mil pessoas, em 1.248 apartamentos. Sobre a dívida atrasada, ela disse ter pedido parcelamento em 200 meses, mas o Daerp não aceitou.
Vera Ferreira disse também não entender porque o condomínio acumulou tanta dívida em gestões passadas sem ter o corte de fornecimento feito pelo Daerp. “Se não pagavam, por que não cortaram? Acho que tem algum Papai Noel no Daerp que dava água de graça para o condomínio”, afirmou. Para ela, hoje a dívida é impagável.
A síndica afirmou ainda que o condomínio perfurou um poço que teria sido doado ao Daerp por algum síndico do passado. O poço hoje seria responsável pelo abastecimento de cinco bairros próximos. “O Daerp usufrui do poço e cobra um horror de conta de água”, disse.
Segundo ela, a conta mensal varia de R$ 25 mil a 30 mil. “Estou procurando os documentos da doação e ninguém me mostra. E eles devem estar dentro do Daerp”, comentou.