Empresas endividadas com fornecedores de combustíveis estão literalmente deixando as malas para trás, ou seja, se no destino elas não conseguem abastecer, precisam deixar o aeroporto de origem com uma quantidade maior de combustível. Não precisa ser físico ou matemático pra saber que mais peso, significa mais força para sair do chão.
Foto: Cedoc/RAC Eduardo Gregori Viajar de avião no Brasil está se tornando algo bem estressante. Não basta aeroportos lotados, voos atrasados, cancelados, assentos apertados nas aeronaves etc., uma prática que vem crescendo tem tudo para transformar uma viagem prazerosa em uma dor de cabeça daquelas. O extravio de bagagens é algo não muito comum, mas que de vez em quando acontece. É chato, mas todas as companhias normalmente enviam as malas para o passageiro no voo seguinte e, em alguns casos, quando a mala só chega 24 horas depois do desembarque, é possível pedir uma pequena indenização para compra de itens de higiene pessoal, como creme dental e escova, além de uma peça de roupa básica. Afinal, não há nada mais chato do que enfrentar uma viagem e ter de permanecer com a mesma roupa por um ou dois dias.Porém, algumas companhias com dívidas com fornecedores de combustíveis estão literalmente deixando as malas para trás. ou seja, se no destino elas não conseguem abastecer, precisam deixar o aeroporto de origem com uma quantidade maior de combustível. Não precisa ser físico ou matemático pra saber que mais peso, significa mais força para sair do chão. E não é só isso, tanque e porão cheios, podem representar uma ameaça para a capacidade de uma aeronave voar. Para balancear essa equação, algumas companhias, principalmente as pequenas, estão optando por deixar em solo todas ou parte da bagagem. O pior é que, normalmente, as cias. menores não oferecem mais que um voo diário para um mesmo destino, ou seja, as malas só chegarão no dia seguinte e só irão embarcar de fato aquelas dentro da cota que permita a aeronave sair do solo em segurança. A prática pode representar um atraso ainda maior de três a quatro dias. Passageiros que enfrentaram esse problema alegam que as companhias não estão oferecendo nenhuma ajuda. A Agência Nacional de Aviação Civil já está de olho no caso, mas ainda não há uma definição se a prática é ilegal ou não, uma vez que envolve segurança, dos passageiros e da aeronave. Para não passar esse tipo de estresse, a dica é levar sempre uma muda de roupa, um agasalho e alguns itens de higiene pessoal na bagagem de mão. É mais peso para carregar, é. Porém, é melhor ter um certo aborrecimento a mais, do que ficar na mão da companhia aérea e não poder fazer algo básico, como trocar de roupa.Eduardo Gregori é editor de Turismo do Correio Popular