CONSTRANGIMENTO

Companhia Aérea tenta barrar voo de criança portadora de epidermólise bolhosa

Tripulação pensou que doença do garoto, que é neto da coreógrafa Deborah Colker, fosse contagiosa. Família julgou situação como surreal

20/08/2013 às 20:01.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:46

A coreógrafa Deborah Colker enfrentou problemas para viajar em um voo Gol, com destino a Porto Alegre e escala no Rio de Janeiro, no fim da manhã desta segunda-feira, 19. A decolagem do voo G3-1556 do Aeroporto Internacional de Salvador estava marcada para as 11h50 e tudo sugeria que cumpriria o horário. Após o embarque de todos os passageiros e o fechamento das portas, porém, a tripulação tentou impedir que o neto da coreógrafa, um menino de 4 anos que sofre com uma doença de pele hereditária, seguisse viagem no avião. A alegação era que a doença poderia ser contagiosa e outros passageiros fossem infectados. Deborah chegou a mostrar atestados médicos para provar que o neto sofre de uma doença congênita, não transmissível por contato ou proximidade. Segundo relatos de outros passageiros do voo, porém, os atestados não convenceram os tripulantes, que chegaram a acionar o posto da Polícia Federal no aeroporto para retirar o menino do avião. Os agentes chegaram a entrar na aeronave. Houve discussão a bordo - e parte dos passageiros passou a defender a coreógrafa. Um médico também foi chamado a bordo, para avaliar a situação. Só então o voo foi liberado. A decolagem ocorreu às 13h16, segundo a Infraero. Em nota, a Gol declarou que "preza, acima de tudo, pelo respeito aos seus clientes e aos cumprimentos das normas de voo" e que "está analisando o ocorrido e tomará as medidas cabíveis". Situação Surreal: De acordo com a Agência O Globo, a coreógrafa Deborah Colker descreveu como "surreal" a situação vivenciada. Segundo ela, no momento do check-in do voo que partiria de Salvador para o Rio, eles avisaram à companhia aérea que o menino é portador de uma deficiência congênita, não contagiosa. Ainda assim, a criança passou por um grande constrangimento, que atrasou o voo em 1h30. "Foi um abordagem na frente do Theo, de uma maneira despreparda, surreal", descreveu a coreográfa, informando que uma passageira, médica, chegou a alertar à tripulação que a doença de Theo não é contagiosa.Segundo Deborah, ela já viajou de avião com Theo para vários lugares, mas nunca viu nada igual.Em seu perfil no Facebook, a filha de Deborah, Clara Colker, desabafou sobre o constrangimento que seu filho sofreu. Ela contou ter argumentado para o funcionário que, se a doença fosse contagiosa, ela e a mãe já teriam sido contaminadas, pois "vivem agarradas" ao menino. Diante da insistência do atestado, seu marido, Peu Fulgêncio, tentou filmar o que outra funcionária dizia a respeito, mas esta o proibiu de fazer o registro. Segundo ela, a situação só foi resolvida quando um agente da Polícia Federal e um médico da Infraero chegaram ao local."Uma mulher a 3 filas de distância grita para mim: chama o Ministério Público! Isso é preconceito e discriminação! Comecei a chorar. O Theo vendo isso tudo. Surreal. A funcionária saiu. Ficou 10 minutos fora. Jurava que o avião seguiria viagem e ainda falei, deviam pedir desculpas para Theo e para mim. Volta a funcionária dizendo que o avião só vai partir com aval do médico", relatou Clara em depoimento publicado na rede social.Quando o médico chegou ao avião, a família explicou que Theo é portador de epidermólise bolhosa, que é uma deficiência genética. Clara, então, disse que o profissional afirmou que não havia perigo algum de contágio. Segundo ela, o comandante do avião, mesmo assim, pediu um atestado médico. Ela relatou que quase todos os passageiros ficaram de pé. E muitos deles teriam sido solidários com a família.

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