Nesta terça-feira (12), o júri de Mizael foi marcado por provocações entre acusação e a defesa
Julgamento de Mizael Bispo começa na segunda-feira (Cedoc/RAC)
O tribunal do júri que julga o ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, acusado de ter matado em 2010 a ex-namorada Mércia Nakashima, se reúne pela terceira vez nesta quarta-feira (13).
Transmitido ao vivo, devem ser ouvidos no tribunal, nesta quarta-feira, mais três testemunhas de defesa e uma do juízo: Renato Domingues Patoli, Osvaldo Negrini Neto e Eduardo Zocchi; Hélio Ramacciotti, testemunha arrolada pelo juiz Leandro Bittencourt Cano, também deve falar.
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Ontem (12), o segundo dia do júri de Mizael foi marcado por provocações entre acusação, defesa e o delegado Antonio de Olim, que comandou as investigações do caso e foi o primeiro a depor. Os advogados que defendem o ex-policial militar exploraram questões pontuais para tentar levantar dúvidas entre os jurados, segundo acompanhou o jornal O Estado de S. Paulo.
Samir Haddad Junior usou reportagens da época das investigações para colocar em xeque o trabalho de Olim à frente do caso. Haddad disse que o policial não deu importância a pessoas que surgiram com outras versões para o crime. Assim que deixou o júri, o delegado afirmou que estava tranquilo. "Falei só a verdade. Quem tem que contar história e mentira são eles", disse.
Depois de Olim, foi ouvido Arles Gonçalves Junior, presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) negou ter visto qualquer ato de tortura contra o vigia Evandro Bezerra (apontado como cúmplice de Mizael) durante as investigações. Rita Maria de Souza, amiga de Mizael e a primeira testemunha de defesa, falou sobre a relação do réu com Mércia.
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Ataques e ofensas marcam segundo dia de júri de Mizael
O segundo dia do júri do advogado e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a namorada Mércia Nakashima em maio de 2010, foi marcado por ofensas pessoais e provocações entre acusação, defesa e o delegado Antonio de Olim. O policial foi questionado por 5 horas e 20 minutos no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. O promotor Rodrigo Merli Antunes chegou a dizer que o advogado Ivon Ribeiro era “amigo do diabo” por contar “mentiras”.
Os advogados do réu explorararam questões pontuais para suscitar dúvida entre os jurados. O advogado Samir Haddad Junior usou reportagens da época das investigações para colocar em xeque o trabalho de Olim à frente do caso. Haddad disse que o policial não deu importância a pessoas que surgiram com outras versões para o crime.
O advogado Wagner Aparecido Garcia questionou Olim, perguntando sobre detalhes da investigação, como, por exemplo, se o vigia Evandro Bezerra (apontado como cúmplice) notou se Mizael estava molhado quando deixou a represa onde o corpo de Mércia foi deixado.
Olim então foi interrogado pelo advogado Ivon Ribeiro. “O senhor sabe coisas que nem ele (Mizael) sabe”, afirmou o defensor. “O senhor não vai sair fácil daqui comigo, não”, disse, em outro momento. “Esse documento que o senhor trouxe aqui não presta”, falou Ribeiro, sobre a lista de ligações do réu e de onde elas teriam sido feitas. O juiz Leandro Bittencourt Cano interveio: “Não presta para a defesa, talvez para a acusação, sim. Se houver necessidade, vou adotar o sistema presidencialista (as perguntas só seriam feitas por intermédio do magistrado).”
Também foi chamado como testemunha de acusação o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Arles Gonçalves Júnior. Ele acompanhou os interrogatórios de Evandro e afirmou que não viu nenhum ato de tortura contra Bezerra, que apontou Mizael como responsável pelo crime. “Obviamente, o trato policial não é o mesmo que o do advogado, do promotor ou do juiz, mas não vi nenhum abuso.”
Em seguida, foi ouvida a primeira testemunha da defesa, a corretora de imóveis Rita Maria de Souza, amiga de Mizael, que falou pouco sobre a relação do réu com Mércia. Ela disse que ele era um bom advogado. A segunda testemunha de defesa foi o policial civil Alexandre Simone, especialista em rastreamento telefônico. Ele optou por não ter a imagem divulgada na transmissão ao vivo do júri pela televisão e internet.
Mizael acompanhou todos os testemunhos. A defesa prevê que ele seja ouvido amanhã.