Com luta e com qualidade

O empate diante do Oeste mandou o Guarani para a lanterna do Campeonato Paulista, posição que o time ocupa pela primeira vez em 15 rodadas, apesar de sua péssima campanha. Por motivos óbvios, não podemos considerar o 2 x 2 de quinta-feira um “bom resultado”, mas dois fatores do jogo em Itápolis talvez possam ajudar o time a escapar do triste destino que parece já estar traçado.

O primeiro aspecto é emocional. Em uma entrevista recente, o técnico Branco disse que onde ele nasceu tem um ditado que diz “não está morto quem peleia”. Naquele jogo, o time mostrou ao seu comandante que ainda não está morto.

Com retrospecto de três derrotas seguidas, dois gols de desvantagem, a partida acabando e a torcida do Oeste gritando olé, os bugrinos tinham poucos motivos para acreditar em uma reação. Mas a equipe não apenas foi buscar um empate improvável, como ainda teve chances de virar o placar. O ponto não foi suficiente para impedir a queda para a 20ª posição, mas mostrou ao técnico, à torcida e ao próprio elenco que ninguém está morto no Brinco. Para voltar a vencer, o time precisa levar esse espírito para campo hoje.

O outro fator que pode contribuir para uma reação do Guarani na reta de chegada do Paulistão é técnico. Wellington Monteiro entrou em campo logo após o primeiro gol do Oeste. Pouco depois, os donos da casa marcaram o segundo. Mesmo sem ritmo de jogo (desde a grave contusão no Paulistão de 2012, disputou apenas dois jogos, nenhum como titular), o volante mostrou como pode acrescentar qualidade ao meio de campo bugrino.

Suas virtudes (posicionamento, liderança em campo e qualidade do passe, muitas vezes objetivo e para a frente e não curto e para o lado) saltam aos olhos de quem acompanhou as demais partidas do Bugre na temporada. Não por acaso, foi dele a assistência para o gol de empate. Cobrou uma falta de longa distância para a área e a bola, desviada de cabeça por Michel, foi parar no fundo da rede. Levantar a bola corretamente para a área pode parecer fácil, mas, no 1º tempo, o Guarani teve uma falta a seu favor de uma distância um pouco menor, mas a bola sequer chegou à grande área.

Wellington não é um Messi que vai marcar gols em todos os jogos e garantir a permanência do Bugre no Paulistão. A situação é crítica e o risco de rebaixamento é enorme, mas com ele em campo, o Guarani será um time melhor. Só não enxerga quem está morto.