Com espetáculo, por favor
No início do ano, eu considerava Santos e Corinthians os dois maiores favoritos ao título paulista. Um é tricampeão estadual, conta com o melhor jogador do futebol brasileiro e reforçou o setor de meio-campo com peças importantes, além de contar com Muricy Ramalho, treinador que conquistou muitos títulos nas últimas temporadas.
O Corinthians vive um grande momento. Em 2012, disputou o status de melhor time do País com o Fluminense. O grande adversário de 2013 aparentemente será o Atlético Mineiro, mas o certo é que o Timão segue entre os melhores. Tem um elenco forte e completo nas mãos daquele que considero o melhor treinador do futebol brasileiro na atualidade, em todos os aspectos. Além de ter uma equipe muito bem treinada, Tite tem comando sobre o elenco.
Se um jogador famoso não está rendendo o que se espera dele, vai para o banco. Só volta a ser titular se mostrar serviço em campo. Com Tite, ninguém joga no grito. Se um jogador famoso comete atos de indisciplina, precisa responder por eles. Se não mostra comprometimento, é tirado do time e, nos casos mais graves, é negociado ou dispensado.
Ao agir assim, Tite sinaliza a todos (garotos da base, jogadores comuns e grandes estrelas) que só joga no Corinthians quem trata os interesses do clube com a devida seriedade. Não é por acaso que o Timão cresceu tanto nos últimos anos.
A presença dos dois alvinegros na final do Paulistão, portanto, é natural. O curioso é que os dois estão rendendo menos do que podem. Muricy Ramalho tem recebido algumas críticas porque o Santos joga feio. Ele se defende com o argumento de que sua equipe é competitiva, o que não deixa de ser verdade. Mas quem tem um elenco e comissão técnica tão caros, não apenas pode, como deve mostrar um futebol melhor. Não só mais bonito, mas também ainda mais competitivo.
Para chegar à final, o Peixe precisou dos pênaltis para eliminar o Palmeiras (Série B) e o Mogi Mirim (Série C). Será que dá pra encarar o campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes?
Talvez dê, já que o Corinthians vem de duas apresentações muito pobres contra Boca Juniors e São Paulo, nas quais não marcou nenhum gol e quase não finalizou.
Não é o futebol que o Corinthians está acostumado a mostrar e pode ser que as duas atuações ruins sirvam de alerta. Se não voltar a jogar como antes, o clube pode, em poucos dias, ver seu rival conquistar um tetracampeonato inédito e depois ser eliminado da Libertadores logo nas oitavas.
Resta torcer para que ambos façam jus à condição de finalistas e ofereçam ao público um espetáculo de futebol e não um 0 a 0 sonolento como o do clássico de domingo passado.
