Cabines destruídas durante manifestações foram reabertas do domingo
Cinco carros da PM, além dos Bombeiros, acompanharam reabertura ( Carlos Sousa Ramos/AAN)
Com forte aparato de segurança, a Rota da Bandeiras retomou no domingo (21) a cobrança de pedágio na praça localizada no Km 135+500 da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), em Cosmópolis. O local foi palco há três semanas de protestos e vandalismo. As cabines foram destruídas por manifestantes descontentes com o custo da tarifa, de R$ 6,20, aplicada a moradores das cidades próximas ao local.Os prejuízos provocados pela destruição devem ultrapassar R$ 2,5 milhões, valor gasto nas reformas das cabines. Ontem pela manhã, cinco carros da Polícia Militar, sendo quatro deles da Polícia Rodoviária, e mais um caminhão do Corpo de Bombeiros ficaram parados ao lado da praça de pedágio para evitar atos de violência e depredação.A Rota das Bandeiras informou em nota que “a operação na praça de pedágio localizada no Km 135+500 da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), em Cosmópolis, foi retomada a partir das 8h06 de ontem”. Segundo a empresa, não houve registrou de incidente no local nem nas imediações.A concessionária informou que a operação do pedágio “conta com o apoio e monitoramento da Polícia Militar Rodoviária e da Força Tática da Polícia Militar”. De acordo com a empresa, nove viaturas e cerca de 40 policiais das duas corporações acompanhariam a retomada da operação da praça durante todo o dia de ontem. Segundo a Rota das Bandeiras, o policiamento irá continuar nos próximos dias.A preocupação é justificada pelos episódios de destruição registrados no final de junho e começo deste mês. No último dia 28, um grupo de manifestantes incendiou três cabines de cobrança. Eles participavam de protestos que se alastraram pelo País. Em Cosmópolis, o principal alvo dos participantes das manifestações foi o pedágio. Além das cabines, foram quebrados painéis de sinalização, câmeras de segurança e placas de trânsito. Houve a suspensão da cobrança durante 30 horas e depois o pedágio retornou parcialmente.Em 1 de julho, pelo menos 300 pessoas que residem em Cosmópolis voltaram a mostrar insatisfação com a praça de pedágio e exigiam uma solução com a isenção de cobrança para quem vive nas cidades da região. Elas paralisaram, mais uma vez, o trânsito na rodovia, mas não houve atrito com a polícia. Porém, passados dois dias, em um novo protesto houve quebra-quebra na praça de pedágio. O conflito ganhou nova dimensão e provocou também destruição na Prefeitura de Cosmópolis.Até o momento, a Polícia Civil prendeu três pessoas que foram acusadas de participação nas ações criminosas do dia 3 de julho. Segundo a polícia, foram detidos Bruno César Zainum e Renan Aiyslan de Jesus, ambos de 22 anos, e José Aparecido Camargo Pedro, de 27 anos. Eles conseguiram liberdade provisória. Contudo, vão responder criminalmente por dano, crime de incêndio (que tem pena de até seis anos) e podem até ser indiciados por formação de quadrilha. DiscussãoA tarifa cobrada na praça de pedágio é de R$ 6,20 para veículos automotores e R$ 3,10 para as motos. O impasse que envolve a praça passa agora por discussões entre a concessionária e a Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp). O governo estadual vai implantar o Sistema Ponto a Ponto na rodovia, cujo custo cobrado do motorista é calculado por quilômetro rodado. De acordo com a Rota das Bandeiras, a empresa e a Artesp “estão desenvolvendo estudos para avaliar a possibilidade de implantação de uma alternativa do Sistema Ponto a Ponto que possa beneficiar os moradores de Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Paulínia e Artur Nogueira”.A concessionária informou que “na rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), também administrada pela Rota das Bandeiras, o Ponto a Ponto foi implantado pelo governo do Estado em abril de 2012”. Segundo a empresa, “moradores de nove bairros de Itatiba tiveram a redução da tarifa do pedágio de R$ 2,10 para R$ 0,60”.