RIBEIRÃO

Com alimentos como vilões, inflação segue em alta

Dos dez produtos que mais tiveram altas nos preços em abril na cidade, nove eram alimentos

Luís Fernando Manzoli
15/05/2013 às 15:29.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:58
Batata foi um dos produtos que mais sofreu elevação de preços neste ano (Cedoc/RAC)

Batata foi um dos produtos que mais sofreu elevação de preços neste ano (Cedoc/RAC)

Dos dez produtos que mais contribuíram para o aumento de 0,03% na inflação de Ribeirão Preto em abril, nove são alimentos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pela Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).

Os líderes do aumento foram o leite (variação de 4,01% em relação a março), o tomate (47%), batata (23,3%), manga (26,8%) e a alimentação externa (0,7%). A variação, no entanto, não é tão determinante no levantamento da inflação porque a Acirp considera a importância de cada produto no dia a dia dos consumidores de Ribeirão.

Dos dez itens que mais contribuíram para o aumento geral de preços em abril na cidade, apenas anti-inflatório e antirreumático (variação de 5,2%) não fazem parte do grupo alimentação. Também subiram o pão francês (1,07%), pimentão (43,7%), cenoura (23,1%) e o morango (30,2%).

Segundo o economista da Acirp Fred Guimarães, responsável pelo levantamento, o problema dos hortifrutis, “há muito tempo”, é a queda da produtividade e da área plantada, que gera menos oferta dos produtos e a consequente elevação dos preços. “Os casos mais emblemáticos são do tomate e da batata, mas outros produtos também têm subido”, disse.

No caso do leite e do pão, segundo Guimarães, há também a interferência do mercado externo. “Ainda somos dependentes da importação de leite e de farinha de trigo, e as taxas de importação acabam interferindo nos preços daqui”, afirmou.

Segundo ele, a análise dos produtos que mais subiram em abril em Ribeirão revela um fenômeno interessante. No item “alimentação externa”, por exemplo, os produtos que mais subiram foram a pizza e o x-burger. “A pizza tem queijo, um derivado do leite, molho de tomate e farinha de trigo na massa. O x-burger também usa tomate e farinha de trigo no pão. Isso comprova que os aumentos estão todos interligados”, disse.

O empresário Guilherme da Costa Ribeiro é proprietário de um restaurante self-service na área central e disse que o aumento mais sentido é o do tomate - ele pagou, nesta semana, R$ 120 na caixa com 20 quilos. "Deu uma caída há umas semanas, mas já voltou a subir. A batata subiu bastante, mas ainda está com o preço bom", afirmou.

Diagnóstico

No acumulado do ano, a inflação em Ribeirão chegou em abril a 3,26%, segundo a Acirp. É o maior índice para o período desde que a entidade começou a elaborar o indicador, em 2011. “A inflação neste ano está mais resistente, mas em abril já tivemos um indicativo de estabilização. A previsão para maio, junho e julho é também de estabilidade, mas com preços ainda altos”, disse Guimarães.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por