VARÍOLA DOS MACACOS

Com 2 casos na Região Metropolitana de Campinas, hora é de informação e orientação

Infectologista diz que não é caso de alarde e sim de conscientização

Ronnie Romanini/ ronnie.filho@rac.com.br
18/06/2022 às 13:09.
Atualizado em 18/06/2022 às 13:09

Doença é transmitida por contato direto ou indireto com as lesões de pele, contato próximo por tempo prolongado, por vias sexual e/ou respiratórias. (Agência Brasil)

Com dois casos confirmados de Varíola dos Macacos, ou Monkeypox, na Região Metropolitana de Campinas (RMC) - um em Vinhedo e outro em Indaiatuba -, especialistas garantem que o momento não é de grande alarde e sim de orientação à população. A infectologista da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi, fez a ressalva de que o mais importante é continuar tendo a preocupação direcionada a outra doença, a covid-19, com atenção às formas de prevenção - como a retomada do uso de máscaras e a adesão às vacinas.

Entretanto, ela enumerou dois aspectos de alerta, tanto para quem não tem a Varíola dos Macacos como para quem já recebeu o diagnóstico positivo. "Os casos confirmados no Brasil, até agora, são importados. Não é momento de alarde, mas de muita orientação e conscientização. Qualquer pessoa que tenha uma lesão, uma feridinha na pele que começa como se fosse uma bolha - em qualquer lugar do corpo e muitas vezes assemelhando-se ao herpes comum -, deve procurar atendimento presencial para o esclarecimento e diagnóstico."

A infectologista mencionou mais um ponto de atenção, neste caso, para os pacientes já diagnosticados com a doença ou para quem se contaminar. Ela explicou que até a casquinha que fica na ferida da pele cair, a pessoa continua transmitindo a doença, principalmente no contato de pele com pele ou mucosa com mucosa.

"Se há lesão, a pessoa acometida transmite mesmo com a casquinha e deve se isolar para não ter contatos próximos e evitar a transmissão."

Raquel explicou que pode demorar até sete semanas para a casquinha da ferida cair. Durante esse tempo, o paciente precisa evitar contatos próximos de pele com pele. A pessoa também deve procurar atendimento presencial ao sinal de qualquer lesão semelhante a uma bolha.

Em relação às formas de transmissão, além do contato físico mais íntimo, deve-se evitar o compartilhamento de roupas, lençóis e toalhas, por exemplo. Se houver secreção, pode haver transmissão.

Indaiatuba

O paciente que teve a confirmação da contaminação pela Varíola dos Macacos em Indaiatuba é um homem, de 28 anos, que deu entrada no Hospital Santa Ignês na segunda-feira (13) com sintomas suspeitos. Ele chegou ao Brasil no mesmo dia, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, vindo de um voo da Espanha, um dos países com maior número de notificações na Europa.

No mesmo dia, o homem procurou o hospital. Como as equipes de Saúde foram orientadas a notificar qualquer caso suspeito, a Vigilância Sanitária de Indaiatuba foi acionada. 

Ainda na segunda-feira foi feita uma coleta para exame e o paciente foi colocado em isolamento. Uma pessoa da família que o acompanhou na viagem também está isolada e não manifestou sintomas até o momento.

O laboratório do Instituto Adolfo Lutz, que recebeu o material coletado para análise, confirmou o caso de Varíola dos Macacos anteontem (16). O paciente apresentava lesões na pele, uma das características principais da doença, o que chamou a atenção do médico. O contactante, da mesma família, está sem sintomas e ambos estão bem, como explicou a secretária de Saúde de Indaiatuba, Graziela Garcia. "Ele teve um contactante, que foi quem o acompanhou durante a viagem. Essa pessoa segue sendo acompanhada, mas não apresentou sintomas. O paciente está hoje (ontem) no décimo dia da doença e passa bem, sem gravidade."

A titular da Pasta esclareceu que não há outros casos suspeitos na cidade. "Nós consideramos este como um caso importado, com histórico de passagem por países onde há circulação da doença. Nós não monitoramos nenhum outro caso e nenhum outro contactante do paciente desenvolveu qualquer sintoma até aqui."

Vinhedo

No último domingo (12) foi identificado o primeiro caso na RMC, em Vinhedo. O paciente é um homem de 29 anos, com histórico de viagem para Portugal e Espanha. As primeiras lesões na pele surgiram ainda na Europa. Ele teve o diagnóstico confirmado por um laboratório espanhol quando já estava no Brasil.

O paciente, em isolamento domiciliar, será monitorado durante um período de 21 dias, assim como os contactantes da família, que não apresentaram sintomas.

Brasil

Até ontem, o Brasil tinha sete registros de Varíola dos Macacos. Além de Vinhedo e Indaiatuba, há outros dois casos no Estado de São Paulo. Os demais são de pacientes do Rio de Janeiro e dois do Rio Grande do Sul, o último confirmado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde.

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