DOAÇÃO

Coelhos se multiplicam em parque de Limeira

Animais estão sendo capturados pela Prefeitura, castrados por veterinários voluntários e doados pouco a pouco para interessados

Gustavo Abdel
gustavo.abdel@rac.com.br
30/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 12:04

É inegável a beleza dos pequenos animais peludos correndo pelo gramado do parque, que é cercado de grade e sem acesso da população ( Dominique Torquato/ AAN)

Começou com 20 e, agora, depois de quase dois anos, já são mais de 400 coelhos de todas as cores e tamanhos correndo ao redor de uma lagoa na Praça Dr. Milton Silveira, no Jardim Piratininga, em Limeira. A superpopulação dos orelhudos saiu fora de controle e somente foi percebida pelas autoridades após alarde de moradores que vivem ao redor da lagoa. Os animais estão sendo capturados pela Prefeitura, castrados por veterinários voluntários e doados pouco a pouco para interessados, que já passam de 200 espalhados por todo o Brasil.É inegável a beleza dos pequenos animais peludos correndo pelo gramado do parque, que é cercado de grade e sem acesso da população. Porém, sem predadores e com comida em abundância, a proliferação sem controle pode prejudicar o próprio ambiente onde vivem, dizem os especialistas. “Há uns dois anos, um criador resolveu deixar 20 dentro da praça e, desde então, se proliferaram sem controle”, disse o chefe do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal da Secretaria de Meio Ambiente de Limeira, Juvenal Soares de Araújo.De acordo com ele, moradores também reclamam que muitos visitantes arremessam alimentos para os coelhos dentro da praça e o material orgânico atrai baratas, ratos e moscas, que são nocivos aos animais. Ao redor da praça, existe um hospital, lanchonetes e muitas residências. O departamento de proteção encontrou pelo menos cinco pontos dentro da praça onde as pessoas jogam alimentos e colocou placas orientando as pessoas a pararem com a prática e informando que o abandono de animais é crime previsto em lei federal.Além dos coelhos, o local abriga pelo menos quatro capivaras, sete ratões-do-banhado, porquinhos-da-índia e diversas espécies de aves. Nas margens da lagoa é possível ver inúmeras tocas abertas pelos coelhos, que também caminham sobre a vegetação que transformou o espelho d’água em um brejão, inclusive com muito lixo em determinados pontos. Mansos, muitos coelhos seguem os funcionários da Prefeitura atrás de alimentos. Para controlar a superpopulação, a Prefeitura firmou parceria com a Associação Limeirense de Proteção ao Animal (Alpa), uma organização não governametal (ONG), que se encarregou de castrar os machos e promover a adoção dos bichinhos. Para isso, funcionários públicos finalizavam nesta sexta-feira a montagem da terceira armadilha para capturar os coelhos. Assim, de acordo com a demanda das "encomendas" , os bichos vão sendo capturados e os veterinários voluntários adequando suas agendas para realizarem a castração."A adoção e a castração são as formas encontradas para diminuirmos a população de coelhos", explicou Araújo. A fêmea entra no cio somente com a presença do macho, e após o acasalamento a gestação é de 28 dias. Cada fêmea tem em média de sete a dez filhotes. Até agora mais de 20 foram entregues aos interessados que se inscreveram no site: www.adoteumcoelho.com.br criado pela Alpa. A previsão é que na próxima semana mais 40 sejam doados. A intenção é esterilizar pelo menos 300 animais, mas ainda assim deixar alguns vivendo livremente na lagoa - que está nos estudos da Prefeitura realizar o desassoreamento."Moro em Limeira e nunca tinha reparado que aqui tinha tanto coelho. Depois da divulgação trouxe até meu filho para ver os bichinhos", relatou a dona de casa Keiko Okada, de 47 anos, que estava acompanhada do filho Vitor, de 14. "São bonitinhos, mas não teria em casa não", disse.Adoção - De acordo com Larissa Maluf, diretora de relações públicas da Alpa, a situação descontrolada dos coelhos na praça já dura uns dois anos. A avaliação no local é feita pela associação desde outubro do ano passado, e a parceria com o poder público visa justamente controlar a espécie naquele ambiente. "Em 30 dias conseguimos um cadastro de 250 espalhadas por todos os estados brasileiros que querem adotar um animal. Daremos prioridade para os moradores de Limeira e região" , disse a diretora.O processo para chegar até a casa do interessado não é tão rápido, e pode levar de 30 a 40 dias, já que após o pós-operatório de castração do macho leva em torno de 10 dias, e para a adoção há critérios que passam pela a avaliação da entidade.

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