Com bate-boca, acusações e ofensas de ambos os lados, o Senado começou nesta quinta-feira a decidir o futuro da presidente afastada Dilma Rousseff
Com bate-boca, acusações e ofensas de ambos os lados, o Senado começou nesta quinta-feira a decidir o futuro da presidente afastada Dilma Rousseff. Sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, a sessão foi tensa e precisou ser suspensa pela manhã após discussão acalorada entre a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Magno Malta (PR-ES). Depois que a sessão foi retomada, foram respondidos questionamentos de defesa e acusação e testemunhas prestaram depoimentos. Baixarias Logo no primeiro dia de julgamento já foi possível prever o que se espera durante a votação do impeachment: muita baixaria, acusação e ofensa. Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) protagonizaram uma das discussões mais quentes. O senador goiano sugeriu exame antidoping ao colega petista, que retrucou chamando Caiado de “canalha”. Foi só o começo de um julgamento que promete incendiar Brasília. a frase "Qual é a moral que têm os senadores aqui para dizer que ela é culpada, para cassar? Quero saber. Qual é a moral que vocês têm?" - Da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), sobre o elevado número de senadores envolvidos com acusações de corrupção. Vai longe A previsão é que o julgamento termine somente entre terça e quarta-feira, com a votação final dos senadores. É necessário que pelo menos 54 parlamentares votem a favor do impeachment. Senadores contrários a Dilma, e até mesmo seus aliados, dão a cassação da petista como favas contadas. Pega leve Na segunda-feira, Dilma é esperada para depor no Senado, naquela que será sua última cartada para retornar ao cargo. Aliados orientam a petista a responder todas as perguntas com firmeza, mas evitando entrar em embate com senadores favoráveis ao impeachment. Conhecida pelo temperamento explosivo, o temor é que ela entre em discussão com rivais. Barrados Começaram a pipocar os pedidos de impugnação do Ministério Público (MP) a candidatos a prefeito da região. Depois de Hélio de Oliveira Santos (PDT) e Rodrigo Maia (PSDB), candidato em Monte Mor, agora é a vez de Angelo Perugini (PDT), que concorre à Prefeitura de Hortolândia. O nome do pedetista está na lista divulgada pelo Tribunal de Contas de administradores que tiveram contas ou contratos julgados irregulares pelo órgão. Fogo cruzado Alguns candidatos também receberam pedidos de impugnação de concorrentes rivais. Mas via de regra, nestes casos as acusações não se sustentam e não passam de uma tentativa de desestabilizar e queimar o adversário. É o famoso “se colar, colou”. Parado A Câmara de Valinhos suspendeu as inscrições para o concurso público, que começaria nesta sexta-feira. A decisão atende à recomendação do Ministério Público, que levantou suspeita sobre a capacidade técnica da Sigma RH, responsável pelo certame. A empresa assinou contrato com a Casa após vencer licitação em maio. Respostas A Câmara afirmou que encaminharia ainda ontem as informações solicitadas ao MP para que as inscrições sejam liberadas o quanto antes. Pendência resolvida O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), resolveu a sua pendência no Tribunal de Contas de São Paulo. O peessebista estava inicialmente com problemas por causa de um convênio com a Ação Artística Para o Desenvolvimento Comunitário (Acadec), um acordo firmado na gestão do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), mas que vigorou durante o governo Jonas. O presidente do TCE, Dimas Ramalho, considerou que Hélio era o responsável pelo repasse de dinheiro referente ao convênio e determinou que o nome de Jonas fosse isento de qualquer restrição.