A manutenção das cidades em condições satisfatórias de organização, higiene e segurança é tão mais fácil quanto a população dá demonstrações de civilidade, educação e respeito ao ambiente. O recolhimento da sujeira doméstica e os resíduos de empresas deve ser feito com método e regularidade, garantindo espaços limpos, adequados e sãos. O custo altíssimo desses serviços públicos mal é devidamente avaliado pelo cidadão comum, que nem sempre cumpre sua parte no pacto de ordem do espaço urbano.
Em Campinas, pelas suas dimensões metropolitanas, o problema assume proporção significativa. Estima-se que cerca de cinco toneladas de lixo sejam retiradas diariamente de 60 bocas de lobo espalhadas pela cidade, gerando um custo médio de R$ 65 mil por mês para o trabalho de limpeza. É um trabalho que expõe uma faceta constrangedora da sociedade, por mostrar que ainda existem pessoas que agem sem o mínimo de civilidade e respeito. No lixo recolhido, são encontrados os mais diferentes objetos, desde garrafas pet a móveis usados, descartados sem a menor consciência de que a obstrução dos bueiros resulta em graves problemas para a cidade, como enchentes e formação de enxurrada nas ruas.
Esta forma de comportamento de algumas pessoas traz enormes prejuízos para toda a comunidade. Não apenas nos bueiros, mas a forma de descarte de lixo de forma desorganizada também é corrente em terrenos baldios, áreas públicas, ribeirões e rios, alterando o ambiente e provocando desastres naturais de diversos níveis de gravidade. A falta de consciência e educação deve ser combatida com um profundo trabalho de alerta para os riscos destas atitudes que, por si só, já representam um grave desvio para a convivência harmônica da sociedade.
É importante que o poder público mantenha os serviços de limpeza constante, antecipando o drama que advém com as chuvas, mas deve estar atento ainda a duas ações imprescindíveis: a educação já em nível escolar e a responsabilização dos infratores. Um serviço de fiscalização e multa poderia inibir muito os gestos destes indivíduos avessos à ordem, inclusive obrigando proprietários de terrenos a manter as áreas limpas e muradas. E a educação voltada à nova geração ainda é a esperança de um futuro em que a sociedade vai demonstrar que pode estar totalmente guiada pelos preceitos de alta cidadania.