Cada vez mais mulheres fazem o procedimento revelado por Angelina Jolie, diz especialista
Atriz Angelina Jolie, de 37 anos, passou por uma dupla cirurgia de mastectomia (Divulgação)
O número de mulheres que fazem cirurgia preventiva de retirada e reconstrução de mama para reduzir o risco de câncer é cada vez maior, segundo o mastologista do Departamento de Tocoginecologia da Universidade de Campinas (Unicamp), Renato Torresan.
Nesta terça-feira (14) a atriz americana Angelina Jolie, revelou que passou por mastectomia dupla — cirurgia que remove os dois seios — como forma de prevenção. Jolie fez um teste genético e descobriu em seu DNA uma mutação no gene BRCA1, que apontou que o seu risco de ter câncer de mama era de 87%. Após a cirurgia suas chances de desenvolver a doença caíram para 5%.
De acordo com Torresan, há um aumento no número de pacientes da região que de Campinas, geralmente com histórico de câncer de mama na família, que sabem da existência do teste genético e procuram indicação médica para realizar o exame e, caso necessário, a cirurgia preventiva.
O médico alerta que é preciso ter muito cuidado do especialista para fazer a indicação desse teste. "É muito diferente uma abordagem que aponte chance de ter câncer em uma paciente jovem, solteira e sem filhos em comparação a uma mulher de 38, 40 anos", afirma. "Muitas vezes, uma alteração genética positiva leva a problemas como pânico ou fobia, que oferecem um risco maior naquele momento da vida da mulher", diz. Por isso, segundo ele, a necessidade do profissional de saúde para fazer a solicitação do teste genético em determinado momento da vida da paciente.
Torresan também enfatiza a importância de um acompanhamento clínico e psicológico para a mulher que passar pela cirurgia. Ele lembra que a cirurgia não isenta o risco de câncer de mama, mas reduz o risco em 95% pois não é possível retirar toda a glândula mamária.