Mandalas ganham espaço na decoração como ímãs que atraem boas energias e contribuem para o equilíbrio emocional
As mandalas exigem várias técnicas durante sua produção (iStock)
Em tempos de pandemia, manter a saúde mental não é uma tarefa fácil devido à ansiedade, medo e incerteza do futuro, pelo permanente risco de contaminação pelo novo coronavírus. Meses de isolamento social e desgaste emocional acabaram por despertar em muitas pessoas a necessidade de fazer mudanças na decoração, uma atitude que ajuda a promover um equilíbrio emocional e atrair boas energias. Cada vez mais populares, as mandalas vêm ganhando mais espaço em varandas, jardins, salas de estar e de jantar, dormitórios e até nos ambientes comerciais não só pelos desenhos bonitos, mas pelo simbolismo. Instrumentos de meditação para hindus e budistas, eles também as usam como um meio de comunicação entre os mundos externo e interno. Já os psicanalistas defendem que elas representam o desejo inconsciente de organização interna e, portanto, a cura. Seu formato circular central, a partir do qual podem ser incluídas outras formas geométricas, serve para a concentração da mente na busca por equilíbrio emocional, mais saúde, harmonia e fortalecimento do ambiente familiar e forças positivas para o local do trabalho. Para favorecer essas boas energias em qualquer ambiente, os artesãos e artistas plásticos da Holambra By Designers, a loja conceito que funciona no boulevard da Cidade das Flores, criaram uma nova coleção com diferentes sugestões de mandalas, em tempos de pandemia.Ferramentas terapêuticas Segundo a artista plástica Silvana Chiodi, de Artur Nogueira, simbolicamente, as mandalas representam a procura pela paz interior e um auxílio para a meditação. A palavra vem do sânscrito e significa “círculo”, sempre presente no centro de cada desenho que inclui outras formas geométricas. “As cores, que representam os Chakras (pontos de energia) do corpo humano, as formas, os símbolos e outros elementos de cada mandala têm uma relação direta com as emoções, pensamentos, crenças e sensações. Por isso, são consideradas ferramentas terapêuticas para atrair abundância, amenizar conflitos, resgatar a criatividade e a inteligência emocional e alinhar a conexão com a própria consciência”, diz Silvana, que optou pelo MDF para suas alegres mandalas. Na versão pendente, a artista plástica criou peças com duas mandalas unidas por macramê. O barbante grosso entrelaçado também é usado para permitir que elas fiquem suspensas, e na franja de finalização para oferecer maior leveza. Silvana foi bem eclética na escolha das cores. Ora ela mescla o marrom com um composé de azul para destacar os círculos dos demais desenhos de cada peça, ora ela brinca com os desenhos que remetem às pétalas de flores e os colore com tons vibrantes, como o amarelo, o laranja, o roxo, o azul e o verde. Já na forma de quadros, suas mandalas remetem a azulejos decorativos, em busca de outros pares para serem complementados. É a sensação de continuidade. Para os quadros, ela escolheu o contraste do marrom com o amarelo e do cinza com o branco. A artesã Vera Cassador, de Pedreira, também criou mandalas utilizando como material a madeira de reflorestamento. Suas peças podem ser penduradas na parede ou dispostas sobre um móvel. Com a metade de uma mandala ela criou um porta-chaves e usou cores vivas, como o amarelo e o azul celeste. Primeiros registros datam do século VIIIApesar de serem mais identificadas com as religiões budista e hinduísta, as mandalas estão presentes nos mais diversos cultos e localidades. Os primeiros registros datam do século VIII, no Tibete. No mesmo período, outras representações foram encontradas na Índia e na China e, pouco tempo depois, no Japão. Os nativos americanos também faziam uso do círculo em rituais. Mais tarde, entre os séculos XVI e XVIII, a Igreja passou a utilizar o desenho em pinturas e vitrais de construções importantes. As mandalas são desenhos geométricos criados partir de um centro na forma de círculo. Universalmente elas representam a harmonia e simbolizam o ciclo da vida, o desenvolvimento espiritual, o equilíbrio e a cura. São associadas à meditação.