ACIDENTE

Cinco vagões descarrilam no Centro de Americana

A composição que descarrilou havia saído com soja de Mato Grosso do Sul com destino a Santos

Gustavo Abdel
13/04/2015 às 20:01.
Atualizado em 27/04/2022 às 12:41
Descarrilamento ocorreu no mesmo local onde ocorreu acidente em 2010 (Marcelo Rocha/O Liberal )

Descarrilamento ocorreu no mesmo local onde ocorreu acidente em 2010 (Marcelo Rocha/O Liberal )

Cinco vagões carregados com soja descarrilaram nesta segunda-feira à tarde (13) na altura da passagem de nível da Rua Carioba, no Centro de Americana, mesmo local onde há quatro anos 10 pessoas morreram após uma composição arrastar por 100 metros e partir ao meio um ônibus da linha municipal. A composição pertence à América Latina Logística (ALL), concessionária que administra a linha férrea, que informou  estar apurando as causas do acidente. Ninguém ficou ferido. Segundo testemunhas, o barulho no momento do descarrilamento, por volta das 15h30, pode ser ouvido a muitos metros de distância. Os vagões que saíram dos trilhos foram os últimos de uma composição com mais de 70, e apesar do susto, os vagões não tombaram. Parte do trilho naquele trecho foi totalmente quebrado, o que poderá levar um período maior para conserto. Trabalho Equipes da ALL trabalhavam às 19h para liberar a passagem de nível e normalizar a situação. Com o bloqueio de um vagão sobre a passagem na Rua Carioba, o trânsito foi desviado para a Rua Correa Pacheco e com isso o Viaduto Centenário registrou lentidão no tráfego nesta tarde, no horário de pico, informou a Secretaria Municipal de Transporte de Americana. Em nota, a ALL informou que as causas da ocorrência “estão sendo apuradas pelo Comitê Interno de Segurança da empresa”, e que não houve dano ambiental. De acordo com funcionários que trabalham na sinalização sonora e manual dos portões que se fecham para a passagem do trem, a composição que descarrilou havia saído de Mato Grosso do Sul com destino a Santos. Outros casos É o mesmo destino para onde seguia a composição que atingiu o ônibus da Viação VCA, em 2010. No momento da batida havia 25 pessoas no ônibus, que fazia sua última viagem do dia. Há dois anos, outro descarrilamento provocou a queda de vagões, carregados com milho, em residências na zona urbana de São José do Rio Preto e matou oito pessoas, sendo que cinco delas no momento do acidente faziam um churrasco no quintal. Os vagões derrubaram quatro casas, no bairro Jardim Conceição. A cada acidente suscita a necessidade de retirada dos trilhos das áreas urbanas. Entretanto, em reuniões recentes realizadas pelo Conselho da RMC já se descartou realizar pressão para a retirada dos trilhos, por considerar que os custos para uma operação como essa acabariam inviabilizando o projeto.Velocidade Dados do Anuário 2014 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informam que em cinco anos, a velocidade dos trens que circulam pela malha ferroviária administrada pela ALL caiu, em média, 50%. A velocidade passou a variar entre 13,36 km/h e 14,85 km/h. Pelo manual da agência reguladora, a velocidade de uma ferrovia precisa ser reduzida se a fiscalização detecta que a qualidade da via permanente (trilhos, dormentes, pontes e túneis) está inadequado. Em nota, a ALL afirma que a premissa básica de sua operação é a segurança ferroviária. “A expansão dos centros urbanos em torno das linhas, a dificuldade de obtenção das licenças para os investimentos nos acessos ao porto, o aumento do volume transportado e a maior circulação de trens exigem que a velocidade média seja reduzida para manter o tráfego dentro das condições de segurança exigidas.” A empresa promete pôr em prática um plano de investimentos de cerca de R$ 8 bilhões até 2020 para duplicar alguns trechos ferroviários, eliminar gargalos, comprar novas locomotivas e vagões.

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