'DEMISSÃO IRREVOGÁVEL'

Cid diz que saiu para não constranger a base aliada

O ex-ministro da Educação apresentou o pedido da demissão à Dilma em uma rápida reunião do Palácio do Planalto após sessão tumultuada no Congresso Nacional

Agência Brasil
18/03/2015 às 20:35.
Atualizado em 24/04/2022 às 02:36

O agora ex-ministro da Educação, Cid Gomes, disse que pediu demissão em “caráter irrevogável” à presidenta Dilma Rousseff porque não queria criar constrangimento à base aliada do governo."A minha declaração e mais do que ela, a forma como eu coloquei minha posição na Câmara cria dificuldades para a base do governo e portanto não quis criar nenhum constrangimento. Pedi demissão em caráter irrevogável, agradecendo a ela [Dilma]", afirmou em entrevista.Cid apresentou o pedido da demissão à Dilma em uma rápida reunião do Palácio do Planalto. Ele encontrou a presidente após sair da Câmara dos Deputados, onde esteve hoje para responder aos questionamentos dos deputados sobre uma declaração feita por ele de que há, no Congresso Nacional, “400 ou 300 achacadores”. Cid disse que a declaração é uma opinião pessoal e que a mantém. “A situação em que eu me encontrei, sendo convocado pela Câmara para questionar a especulação que eu tinha feito em reservado, eu não podia agir diferente senão confirmar aquilo que disse, que penso pessoalmente", declarou, ao sair do palácio.O ex-ministro disse que estava entusiasmado com o trabalho no MEC e que chegou a visitar seis estados em pouco mais de dois meses à frente do ministério. “Estou feliz, eu lamento pela educação no Brasil, porque tem muito o que fazer, estava entusiasmado. Para mim cargo é ferramenta, é oportunidade de servir as pessoas. Enfim, a conjuntura política impede a minha presença no governo”.Cid Gomes defendeu a presidente Dilma e disse que ela tem condições de superar a crise pela qual passa o país.“A meu juízo, ela tem as qualidades que são necessárias. Tem muito discurso de oposição, tem muita gente que fala em corrupção. Isso parece ser uma coisa intrínseca ao governo, mas o que a Dilma está fazendo é exatamente limpar o governo de corrupção que aconteceu no passado. Isso é que ela está fazendo, é por isso que a gente vive uma crise hoje", avaliou."Quem demitiu esse Paulo Roberto, esse Renato Duque [ex-diretores da Petrobras, investigados de participarem de esquema de desvios de recursos na estatal] foi ela [Dilma]. Então, essa crise que exponencializa a corrupção é uma crise anterior a ela. Ao contrário, como é séria, ela está limpando, e não está permitindo isso. É isso que fragiliza a sua relação com boa parte dos partidos que querem isso”, acrescentou.Segundo o ex-ministro, o Congresso é fundamental para a democracia, mas se transformou em um “antipoder” por causa da atual composição.

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