MEMORÁVEL

Ciasca, o goleiro que ouvia música clássica em campo

Janete Trevisani
janete@rac.com.br
10/11/2013 às 05:12.
Atualizado em 26/04/2022 às 12:02

Um dos maiores goleiros da história da Ponte Preta, Rynaldo Ciasca era também um homem apaixonado por música clássica, tanto que costumava levar um toca-discos para os campos. Ele morreu em junho de 2000, aos 72 anos, vítima de parada cardíaca e infecção generalizada depois de quatro cirurgias para retirada de uma hérnia de disco.Muitas atuações de destaque de Ciasca permanecem vivas na memória dos torcedores. No tempo em que ficou no time, levou-o a vitórias importantes sobre grandes equipes da Capital. Em 1954, por exemplo, o Corinthians era a sensação do torneio Centenário de São Paulo e jogava com a Ponte, no Pacaembu, já contando vitória. Ciasca, como tinha feito outras vezes, surpreendeu ao defender dois pênaltis e garantir o empate em 0 a 0.Irmão do centroavante Nardo e como bom filho de italianos, Ciasca começou a carreira no Palmeiras, equipe da qual aprendeu a gostar incentivado pelo pai. Mas foram apenas seis meses de profissionalismo no Palestra Itália. A carreira seguiu na Esportiva Sanjoanense, em São João da Boa Vista, onde jogou com Mauro e Benini, capitão da Seleção Brasileira de 1958. De lá, foi para São José do Rio Pardo e chegou à Ponte Preta em 1950, quando o time subiu para a Divisão Especial.A passagem pela Macaca foi até 1962. Nos 12 anos em que permaneceu em Campinas, disputou 166 partidas com a camisa alvinegra. Jogou 32 vezes contra o Palmeiras e disputou 24 dérbis, somando oito vitórias, oito empates e oito derrotas. A carreira futebolística foi encerrada prematuramente, aos 29 anos.Ciasca trabalhou até se aposentar na Secretaria Municipal de Cultura e, depois disso, continuou atuando na área cultural da cidade. Tinha um programa de músicas clássicas na Rádio Brasil e seu acervo pessoal era constituído por mais de dez mil títulos, um dos maiores do Brasil.Quem o conheceu em campo lembra que ele era um goleiro incomum, não só por gostar de ópera, mas também por entrar em campo com uma sonata, o toca-discos da época, para ouvir suas canções preferidas. O rico acervo de Ciasca foi doado ao Museu da Imagem do Som (MIS) de Campinas e é possível ter acesso a ele. Basta agendar uma visita.

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