SÃO PAULO

Chuva ainda é insuficiente para evitar rodízio de água

Governo trabalha com cenários pessimistas quanto às chuvas até o fim de março para definir margem de segurança dos reservatórios suficiente para manter um fornecimento mínimo

Agência Estado
20/02/2015 às 10:01.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:17
O Estado abanca as viaturas e os equipamentos; a Prefeitura vai pagar o aluguel mensal da sede ( Edu Fortes/ AAN)

O Estado abanca as viaturas e os equipamentos; a Prefeitura vai pagar o aluguel mensal da sede ( Edu Fortes/ AAN)

Apesar dos sucessivos aumentos na capacidade dos principais mananciais que abastecem a Grande São Paulo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) ainda considera prematuro descartar em definitivo o rodízio oficial de água na região e trabalha com cenários pessimistas quanto ao regime de chuvas até o fim de março para definir uma margem de segurança dos reservatórios suficiente para manter um fornecimento mínimo até o próximo período úmido, que começa em outubro.Segundo integrantes do governo e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o nível mínimo de armazenamento do Sistema Cantareira, o maior e em situação mais crítica, para evitar o rodízio ainda está longe de um consenso. Uma ala minoritária próxima do governador advoga a tese de que com o Cantareira a 14% já seria possível eliminar definitivamente a possibilidade de racionamento oficial. Essa ideia, contudo, foi rechaçada por Alckmin na quinta-feira (19). "Não há nenhuma procedência nessa informação, nenhuma. Não tem nem discussão em relação a isso", disse o governador. Na quinta, o Cantareira registrou alta de 0,6 ponto porcentual pelo segundo dia consecutivo, chegando a 9,5% da capacidade, considerando as duas cotas do volume morto. Na prática, o sistema opera com índice negativo em 19%. Para integrantes do governo, seria preciso recuperar mais água do volume morto para ter uma segurança maior. Em 2014, o Cantareira começou o período seco com 13% acima de zero. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou, técnicos da Sabesp calculam um índice mínimo do Cantareira que, se não for atingido, acionaria o "gatilho" do rodízio oficial de quatro dias com água e dois sem. Além do fator climático, cujas previsões apontam dias mais secos até o fim o mês e chuvas abaixo da média em março, o governo ainda avalia quando conseguirá concluir as obras emergenciais para aumentar a oferta de água na Grande São Paulo, como a captação de 1 mil litros por segundo do Rio Guaió, em Suzano, e a ligação das Represas Billings e Taiaçupeba, com acréscimo de mais 4 mil litros por segundo no Sistema Alto Tietê, que também teve altas expressivas neste mês e chegou ontem a 17,2%."Eu não me arriscaria a dar um número mágico. O volume de chuva é muito bom, mas ainda é cedo para tirar qualquer conclusão", disse Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp. "Não é uma conta simples porque são muitas variáveis. O importante é continuar economizando", disse Antonio Eduardo Giansante, mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento. Veja também Sistema Cantareira sobe e começa a fazer 'estoque' de água Chuvas constantes mudam cenário e sistema acumula água, mas é insuficiente para o período de estiagem. Este mês já choveu 30% a mais do que a média histórica para fevereiro Mananciais internos em Valinhos transbordam Mesmo assim, a Prefeitura vai manter o rodízio no fornecimento de água na cidade; Valinhos tira metade da água que distribui à população do Rio Atibaia e outros 5% vem de poços profundos Desmatamento agrava situação da estiagem na região Bióloga Dionete Santin aponta que nos últimos anos nada mudou para recuperação da mata ciliar. "Não houve reposição para ajudar a manter os lençóis freáticos e as nascentes", diz

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