CAMPINAS

Chuva abaixo da média "acende" alerta no PCJ

Preocupação é que falte água na estiagem; represas trabalhando com 52,6% da capacidade

Maria Teresa Costa
06/02/2013 às 10:24.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:40

Represa do Sistema Cantareira, que ajuda a abastecer a região (Edu Fortes/11jan2010/AAN)

A pouca quantidade de chuva que vem caindo nas represas do Sistema Cantareira e a baixa vazão dos rios que nascem em Minas Gerais e formam as represas estão disparando o alerta de que poderá haver problemas para municípios da região de Campinas, a partir de abril, quando entra o período de estiagem. A média histórica é de 259,9 mm de chuva em janeiro, mas este ano choveu 146,7 mm — 43,5% menos. Em janeiro do ano passado, a chuva foi de 336,5 mm, ou seja, 29,4% acima da média.

Com isso, as represas do sistema estavam ontem trabalhando com 52,6% da capacidade, enquanto há um ano o nível era de 75,8%. Mesmo com o baixo nível dos reservatórios, as vazões para a região de Campinas estão mantidas em 3m³/s, abaixo da cota a que tem direito na outorga do Cantareira, que é de 5 m³/s. “Não há risco de desabastecimento porque aprendemos a gerenciar o Cantareira no gota a gota”, disse o diretor do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Francisco Lahoz. “Em 2003, quando o sistema estava com 28% da capacidade, consegui cruzar o Rio Piracicaba, sem molhar o pé, e nem assim houve desabastecimento nem nas cidades e nem nas indústrias.”

O problema é que há cidades que acabam não conseguindo captar água para abastecimento público quando a vazão é baixa — a tubulação de captação acaba ficando fora do rio. Lahoz informou que os municípios estão sendo orientados a fazer enrocamento nos pontos de captação, ou seja, uma espécie de barragem para elevar o nível do rio nesses pontos, para evitar que haja desabastecimento por problemas de captação.

Os serviços de saneamento regionais também estão sendo orientados a aumentar o estoque de carvão ativado para tratar a água que fica com maior concentração de poluentes por causa da baixa vazão, a fazer a limpeza das calhas dos rios e, principalmente, nas áreas próximas à captação.

O gerente do Consórcio PCJ, Alexandre Vilella, disse que tradicionalmente o sistema termina o período de chuvas com um acréscimo de 20% no armazenamento. “Estamos com média de 50% da capacidade dos reservatórios e a expectativa é que fecharíamos o Verão com 70% para termos reservas para o período seguinte, de estiagem. Mas vai precisar chover, porque senão a situação poderá ser crítica na seca”, informou. Não adiantará chover em Campinas, Americana e Piracicaba porque, para ter reserva suficiente no Cantareira, é preciso que chova nas cabeceiras dos rios que formam o sistema e que estão em Minas Gerais.

O acordo conjunto da Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) e a Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH) dos Comitês PCJ definiu por deixar dois dos reservatórios do sistema, o Atibainha e o Cachoeira, com volume de espera superior a 50%. Essa decisão levou em conta que, com chuvas intensas, enchem mais rápido que o outro reservatório que abastece a região, o Jaguari. Assim, com nível baixo, a previsão é que os reservatórios aguentem e não seja necessário abrir comportas, evitando o agravamento de enchentes na região de Atibaia, vítima constante das inundações. Mas, até agora, está chovendo menos que o esperado.

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