PASSAGENS AÉREAS

Choque de realidade

Enquanto o dólar vai se acomodando na casa dos R$ 3,00 e a instabilidade na cotação da moeda vai diminuindo (assim como a especulação do mercado financeiro acerca da moeda norte-americana), os voos, principalmente para destinos dolarizados, vão retomando o fôlego

Eduardo Gregori
10/05/2015 às 00:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:16
Eduardo Gregori ( Leandro Ferreira/ AAN)

Eduardo Gregori ( Leandro Ferreira/ AAN)

Foto: Leandro Ferreira/ AAN Eduardo Gregori Enquanto o dólar vai se acomodando na casa dos R$ 3,00 e a instabilidade na cotação da moeda vai diminuindo (assim como a especulação do mercado financeiro acerca da moeda norte-americana), os voos, principalmente para destinos dolarizados, vão retomando o fôlego. Com a ajuda das companhias aéreas que seguraram preços e fizeram promoções enquanto puderam, os quatro amargos meses passados parecem que vão finalmente ficando para trás e para não serem lembrados tão cedo. A calmaria parece estar logo ali na frente, já ao alcance da vistaEu não gostaria de desanimar ninguém, mas em conversa com alguns executivos de companhias aéreas estrangeiras, apesar do mercado sinalizar menos nervosismo, o reflexo dos dias tensos que dispararam a cotação da moeda ainda será sentido por alguns meses. As companhias aéreas seguraram a onda enquanto tiveram fôlego. Mantiveram e até abaixaram preços de passagens e até seguraram número de frequências. Porém, antes que a corda arrebente, algumas delas devem anunciar corte no número de voos em destinos que se tornaram deficitários. Não é novidade que entre eles esteja o Brasil. Oficialmente já vimos a reação do mercado com a suspensão do voo para Nova York da American Airlines a partir de Viracopos e a redução de frequencia em outros aeroportos. A Delta também vai reduzir voos no Brasil e em outros destinos. Viracopos deve passar novamente por esse trauma, mas nada ainda é oficial. É bom deixar claro que, não se trata de uma redução localizada em Campinas e tampouco está relacionada com o atraso da finalização na obra do novo terminal de passageiros. Trata-se, de um evento quase que mundial, principalmente onde o dólar ficou muito forte frente a moedas locais. Um executivo de uma aérea me disse que, apesar da taxa de ocupação estar gradativamente retomando o nível normal, é “normal” a redução de voos. Segundo sua análise, é melhor trabalhar com um menor número de voos e partir com aeronaves completas — e assim, fazer com que a operação seja viável e se sustente —, do que oferecer demasiadas opções que diluam passageiros, tornando a operação insustentável. A princípio é fácil pensar que estamos dando um passo atrás, principalmente se pensarmos em Viracopos, que já perdeu um destino internacional. Mas não podemos olhar para o aeroporto como olhamos nosso próprio umbigo. A crise econômica atinge o mundo inteiro. Somos uma pequena parte nesse imenso cenário. Porém, se dias nem tão bons vêm pela frente, outros me dizem que a segunda metade do ano será de retomada. Aí sim, quem sabe, possamos relaxar e viajar com mais opções e voando, claro, a partir de Viracopos. Eduardo Gregori é editor de Turismo do Grupo RAC

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