Acessível: a tendência entre as antenadas é vestir-se bem gastando pouco, um lema adotado também por famosas do mundo todo
Moda acessível (FOTOS: FRANCE PRESS E DIVULGAÇÃO)
Foto: FRANCE PRESS Nine Marie D’Urso, filha da ex-modelo Inès de La Fressange, autora de A Parisiense O desejo de vestir-se bem sem gastar muito está em alta no mundo da moda. Na onda do fast-fashion, muitas celebridades já desfilaram a bordo de looks de marcas low price (preço baixo) no tapete vermelho de badalados eventos. Redes como Topshop e H&M têm apostado cada vez mais em vestidos de festa que não ficam atrás dos modelos das marcas mais tradicionais. Muitas famosas seguiram a proposta e fizeram bonito no baile de gala anual do Met 2015, realizado no Metropolitan Museum de Nova York, e considerado o mais glamoroso do mundo da moda. A atriz Sarah Jessica Parker vestiu um modelo desenhado por ela para a H&M. Hailey Baldwin e Emily Ratajkowski brilharam de Topshop, e Vanessa Hudgens escolheu um vestido H&M. No Oscar deste ano, a top Carol Ribeiro optou por um modelo Lethicia Bronstein feito para a Riachuelo. Foto: France Press Michele Obama também circula com roupas de fast-fashion, como da H&M A invasão da moda democrática alcançou até a realeza. A duquesa de Cambridge, Kate Middleton, usou um vestido de bolinha da marca on-line Asos numa visita ao Centro Infantil Brookhill, há dois meses. A peça custava cerca de US$ 63 e se esgotou rapidamente. Zara e Topshop também têm espaço garantido no guarda-roupas da mulher do príncipe William, que demonstra não se importar em repetir os modelitos. Até a primeira-dama dos Estados Unidos, Michele Obama, circula nos programas de TV e em eventos com roupas de fast-fashion, como da H&M, mostrando que elegância não depende de preço. Foto: France Press Kate Middleton com vestido de bolinhas da marca on-line Asos Lindos e acessíveis Com a ideia de facilitar a vida das mulheres que procuram o conceito de consumo consciente e moda acessível, a jornalista Bruna Verga, a marketing Lívia Vessoni e a estilista Maya Marx criaram o blog Pas Cher, que significa não-caro em francês. Segundo o trio, para estar na moda basta colocar uma roupa e sentir-se feliz, bonita e à vontade. A inspiração do blog veio da Europa, onde tal conceito já é bastante difundido. Foto: Divulgação _Inspiração: Minimalismo e P&B _Calça Luigi Bertolli: R$ 119 _Blusa Luigi Bertolli: R$ 39,90 _Colete Forever 21: R$ 99,90 _Sapato Zara: R$ 49 _Bolsa Zara: R$ 149 _Colar Forever 21: R$ 29 #LOOKPASCHER: R$ 496,70 Todos os dias, elas mostram looks completos, dos pés à cabeça, por até R$ 500. “Esse valor é o preço máximo, mas é claro que conseguimos montar diversas opções com menos. No fundo, o que queremos é mostrar que é possível, sim, vestir-se bem pagando pouco. Basta fazer aquele trabalho minucioso de garimpar, e o blog faz isso e muito bem, modéstia à parte” diz Bruna. Para a blogueira, definitivamente, não é preciso ter dinheiro para ter estilo. De acordo com ela, com a invasão de grandes marcas de fast-fashion internacionais no País, o mercado vem se adaptando e repaginando suas coleções para trazer moda a preços acessíveis. Porém, é preciso um pouco de criatividade, boa vontade para se informar sobre tendências e uma dose de paciência, afinal, não é tarefa tão simples garimpar essas lojas. “É isso que o blog oferece: uma curadoria de estilo para mostrar o que tem de descolado, interessante e acessível no meio desse volume gigantesco de produtos disponíveis”, explica Bruna. (Mais informações: blogpasacher.com.br) Estilo parisiense Símbolo de estilo e elegância, a mulher parisiense sempre foi uma inspiração ao redor do mundo. Habitualmente, seu guarda-roupas mescla peças baratinhas com algumas luxuosas. E os segredos desse glamour descontraído foram reunidos no livro A Parisiense, escrito pela célebre modelo francesa Inès de la Fressange. Trata-se de um guia ilustrado, com textos leves que enumeram as dicas para ser uma parisiense sem morar em Paris. Best-seller na França e nos Estados Unidos, a obra chegou ao posto de mantra das apaixonadas por moda também por aqui. Foto: Reprodução Dicas do livro A Parisiense A autora tece conselhos de como se vestir como as parisienses e sugere um armário a partir de sete itens básicos e bons acessórios, que garantem produções práticas e elegantes, sem precisar gastar horrores. A primeira dica, por exemplo, é “ser alternativa e nunca burguesa”. Nada de seguir as super trends ou modinhas de novela. “A parisiense jamais cai na armadilha das tendências e sempre busca divertir-se com a moda.” Além das roupas, o guia também traz produtos de estética, coisinhas para a casa (com direito a receita para um jantar, francês, claro) e os lugares preferidos de Inès na cidade. Tudo com referências, endereços e sites para mais informações. Todas as ilustrações foram feitas pela autora e a modelo das fotos é a filha dela, Nine Marie D’urso. Dicas _Fuja dos conjuntos. Esqueça o total-look, é preciso mis-tu-rar. Saber mesclar estilos e marcas diferentes é essencial. Rimar chique com cheap (barato) conta 100 pontos no jogo “vestindo-se à la parisiense”._Ela brinca de procurar. A parisiense adora descobrir novas grifes. Principalmente, se forem criativas e acessíveis. Ela fica mais orgulhosa com uma descoberta no supermercado da esquina (sério, há peças ótimas no Monoprix) do que por ser a primeira a possuir o último modelo de it bag, carérrimo, sobretudo se é vendido em lista de espera (que vulgar!). Ela não liga para a moda, embora sempre use um pequeno detalhe provando que domina as tendências. É aí que está seu charme. _Use o que lhe cai bem. Você nunca vai ouvir uma parisiense se queixar de que a saia está muito curta, o vestido muito apertado e os sapatos muito altos... Elas conhecem o próprio corpo, sabem o que lhes fica bem e o que não combina com seu modo de vida._”Nada de usar tudo combinando” é o grito de guerra da parisiense.