Os Estados Unidos decidiram recentemente consolidar a sua presença militar na região
A China enfrenta múltiplas ameaças na região Ásia-Pacífico e espera privilegiar acima de tudo a defesa de sua soberania, afirmou o ministério chinês da Defensa em um relatório anual publicado nesta terça-feira.
"A China enfrenta múltiplos e complexos desafios e ameaças contra a sua segurança", ressalta o texto do Livro Branco sobre o emprego das Forças Armadas chinesas, as maiores em número de efetivos.
O Exército Popular da Libertação (APL) e seus 2,3 milhões de soldados deverão ter "no topo de suas prioridades a defesa da soberania e da segurança nacional", acrescenta o relatório, publicado em um contexto de tensões na península coreana.
"Alguns países estão fortalecendo suas alianças militares na Ásia-Pacífico, expandindo sua presença militar na região, o que muitas vezes provoca o aumento da tensão", indica o Livro Branco, sem citar nenhum país em particular.
Questionado sobre se esta declaração se refere aos Estados Unidos, o coronel Yang Yujun, porta-voz do Ministério chinês da Defesa, respondeu que alguns reforços de alianças militares não "contribuem para a manutenção da paz e estabilidade regional".
Os Estados Unidos decidiram recentemente consolidar a sua presença militar na região Ásia-Pacífico, especialmente na Austrália e no sudeste asiático, enquanto endossa suas alianças com países como a Coreia do Sul e Japão.
O Livro Branco também acusa explicitamente o Japão de "suscitar problemas em relação as ilhas Diaoyu", um arquipélago administrado pelo Japão sob o nome de Senkaku, mas reivindicado pela China.
As relações sino-japonesas estão muito tensas atualmente por causa deste conflito de soberania. O governo chinês tem enviado regularmente navios para a área, apesar das patrulhas das Forças Armadas e da Guarda Costeira japonesa.
A China anunciou no mês passado um importante aumento em 2013 de seu orçamento militar, o segundo mais elevado do mundo atrás dos Estados Unidos.