Em dias de chuva, apesar de escassa, toda a água da chuva é recolhida em baldes e usada nas faxinas dos ambientes como banheiros e recepção
Assistência é prestada em todas as áreas vai do nascimento até a idade adulta ? estimulação (0 a 3 anos), inclusão escolar (3 a 12), adolescentes (12 a 16), inserção ao trabalho (acima de 16) e trabalho com os idosos (Camila Moreira/ AAN)
O Centro de Educação Especial Síndrome de Down (Ceesd), localizado na Vila Brandina, em Campinas, tem como objetivo principal atender pessoas com a síndrome e suas famílias. A assistência prestada em todas as áreas vai do nascimento até a idade adulta — estimulação (0 a 3 anos), inclusão escolar (3 a 12), adolescentes (12 a 16), inserção ao trabalho (acima de 16) e trabalho com os idosos. O trabalho é desenvolvido e enriquecido com a parceria entre o centro, as famílias e a comunidade, com a entidade sempre atenta aos assuntos que envolvem a sociedade.Nos últimos dois anos, por exemplo, alguns profissionais da casa foram acometidos pela dengue, motivo que levou o Ceesd a trabalhar com esse tema junto aos atendidos. Mas não foi só o mosquito que virou assunto nas salas, o meio ambiente também tem espaço garantido, ainda mais quando se está instalado dentro de um condomínio, com muita área verde.Os espaços que o centro preserva, composto por plantas, gramados, árvores e dois prédios, onde se concentram as salas de atendimento de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, pedagogia e fisioterapia, servem de plano de fundo para desenvolver as atividades e demonstrar na prática.A crise hídrica é assunto da conversa que alerta e orienta a tomada de atitudes e iniciativas, em casa ou no próprio centro, que contribuam para reduzir o consumo e evitar o desperdício de água. Em dias de chuva, apesar de escassa, toda a água da chuva é recolhida em baldes e usada nas faxinas dos ambientes como banheiros e recepção. As monitoras também orientam as crianças nos banheiros a abrir menos as torneiras, desligar as luzes e utilizar apenas o necessário de papel para enxugar as mãos.Eulanda de Mello Bruno, diretora pedagógica, explica que, durante os horários de atendimentos com o grupo de adolescentes e jovens, os profissionais conversam sobre diversos temas que permeiam a sociedade. “Assuntos como a dengue e a crise hídrica também foram debatidos, mas sempre que houver necessidade de retomar a questão, ela é feita”, diz Eulanda.Alguns conceitos ligados à natureza e ao bem-estar, porém, nunca saem de pauta, tanto que às terças e quintas-feiras, dias de atendimento da equipe que trabalhou com esse tema, são repassadas algumas orientações aos alunos, que se tornam multiplicadores de informações. Na orientação sobre como combater a dengue, eles aprendem que pratos de plantas devem ter areia para evitar água parada, o lixo tem de ser posto em sacos bem fechados, as tampas dos vasos sanitários devem ser mantidas abaixadas, as garrafas e baldes devem estar com a boca para baixo e que é preciso evitar acúmulo e entulhos. E também são convidados a exercitar esses conceitos na prática, recolhendo lixo na área externa.A orientadora pedagógica conta que as ações sustentáveis tiveram início em 2008, frente ao problema da dengue. “Percebemos a necessidade de conversarmos sobre esse tema, traduzindo em ações o que víamos na imprensa falada e escrita. Hoje, as ações voltadas ao meio ambiente são desenvolvidas com os adolescentes de 12 a 16 e com os jovens, e o retorno tem sido muito importante e gratificante”, diz Eulanda. Durante as reuniões com pais, os familiares comentam que a iniciativa da instituição foi e continua sendo importante, tanto que os jovens comentam em casa sobre as questões ambientais sempre que veem na mídia.SAIBA MAISO Ceesd atende 145 pessoas com síndrome de Down, de bebês a adultos. Até 12 anos, os atendimentos são individuais ou em dupla com fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, pedagogia e psicologia. Acima de 16 anos, os atendimentos são em grupos.Com o trabalho focado na inclusão social plena, o centro oferece suporte e estímulo necessário para inseri-los no ambiente escolar e de trabalho. O Ceesd conta com profissionais especializados para realizar o acompanhamento dos alunos e orientá-los no melhor caminho para a superação e capacitação.São oferecidos diversos programas e projetos, com diferentes funções para atender todas as necessidades dos alunos, além de receber também educandos encaminhados por hospitais, escolas e comunidades que vêm em busca de serviço adequado e suporte para uma solução que contemple a singularidade do problema.O instituto foi fundado em dois de julho de 1981, por uma iniciativa de Benedito Vieira e Zuleika Santos Vieira, pais de pessoas com síndrome de Down, que contaram posteriormente com a participação de alguns amigos em atividades voluntárias de arrecadação de recursos. CONHEÇACentro de Educação Especial Síndrome de Down (Ceesd),Rua Ezequiel Magalhães, 99, Vila Brandina, Campinas-SP Telefone: (19) 3795-4690 Site: www.ceesd.org.brCEESD EM FESTAA tradicional Festa Julina dO Ceesd, com comidas típicas e barracas de brincadeiras, acontece dia 4 de julho, um sábado, das 12h às 16h, na sede da entidade, na Vila Brandina.