ig-josé-pedro-martins (AAN)
Um ritual de destruição e de esvaziamento tem marcado a trajetória do centro de Campinas. Destruição do patrimônio histórico e esvaziamento político. A soma dessa equação é igual a marcas profundas no coração da cidade.Demolição dos teatros São Carlos e Municipal Carlos Gomes, incêndios no Cine Rink e Solar Visconde de Indaiatuba. Demolição da Igreja do Rosário e outros prédios no entorno.Esvaziamento político com o êxodo da Câmara Municipal, do Fórum, das Universidades – a PUC mantém raras atividades no Pátio dos Leões, onde funcionavam muitos cursos, a Faculdade de Medicina da Unicamp operou durante muito tempo na Santa Casa.Muitos monumentos deixados de lado. O marco dos fundadores entre eles. O Centro de Ciências, Letras e Artes, principal instituição cultural da cidade por meio século, assaltado dia desses. Os cinemas, de tanta história, abandonados.A crônica de uma deserção, de um desterro.Polo científico e tecnológico, sede de um mais importantes aeroportos internacionais do país, Campinas ainda não percebeu a relevância de uma revitalização do centro, o que já ocorre, com êxito e vários exemplos, em outras grandes cidades brasileiras e de todo mundo.O centro pulsante, o centro efervescente, o centro dos afetos e encontros.A cidadania que começa no centro. O povo sabe disso. O Largo do Rosário é o marco inicial das principais manifestações políticas. Foi assim recentemente, 20 de junho.Ocupar o centro, com arte, cultura viva, cidadania ativa. Faz bem para todos. Para o comércio, para os serviços, para os negócios, para a alma, para o sabor e o saber. Um desafio coletivo, um convite ao baile da vida e da esperança.