Local tem sido alvo frequente de moradores de rua e ladrões de olho em objetos de bronze
Bandidos invadem Cemitério da Saudade para furtar objetos de bronze ( Cedoc/RAC)
Mais uma vez o Cemitério da Saudade, no bairro Campos Elíseos, zona Norte de Ribeirão Preto, foi alvo de bandidos que tentaram furtar objetos do local, na madrugada desta terça-feira (13). Pelo menos seis invasões foram registradas em boletins de ocorrência desde o início do ano.Vigilantes do local e a Guarda Municipal detiveram em flagrante o autônomo Flávio Costa Bento, 20 anos, após ele ter pulado o muro do cemitério e levado um vaso de 40cm, um artefato no formato de uma bíblia e 16 placas de 30cm. Todos os itens retirados são feitos de bronze.A ação dos criminosos foi presenciada pelo inspetor dos vigilantes Manoel Barbosa Júnior, 38 anos, que viu dois homens arremessando os objetos de bronze sobre o muro e em seguida escalando para tentar fugir. O autônomo foi pego por um vigilante já do lado de fora, enquanto Júnior tentou segurar o comparsa pelas pernas e levou um chute no braço esquerdo, que causou lesão leve.O homem conseguiu fugir. Já o autônomo foi levado à Central de Flagrantes e depois encaminhado ao Centro de Detenção Provisória da cidade. Os objetos de bronze foram devolvidos a seus lugares.Para o administrador do Cemitério da Saudade, Josimar Carreira, o local tem sido alvo frequente dos moradores de rua, que visam pegar os materiais de bronze para vender e comprar drogas. “Eles saem do Cetrem (Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante/Itinerante e Morador de Rua) e vão direto para o cemitério tentar furtar as peças. As tentativas de furtos são frequentes e se não ficar atento eles entram e levam tudo mesmo.”Carreira diz acreditar que um simples atitude, como erguer um pouco mais a altura dos muros, que atualmente têm 1,85m, seria uma maneira eficaz para dificultar a entrada de assaltantes. Por outro lado, a burocracia impede a implantação imediata dessa medida, já que o quadrilátero onde está o Cemitério da Saudade é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac). “É um profundo desrespeito o que essas pessoas estão fazendo com os mortos e as famílias e faz quatro anos que estamos aguardando uma resposta do Conppac. É só colocar mais meio metro de muro que resolve o problema.”Sobre esse impasse a Prefeitura Municipal se manifestou por meio de nota oficial. “O cemitério é tombado pelo Conppac, e a Secretaria de Infraestrutura entrou com um pedido de autorização para suspensão do muro e colocação de cerca concertina.” Ainda não há prazo para uma resposta oficial. Em relação à falta de segurança, a administração informou que o local tem segurança 24 horas. A Guarda Municipal realiza diariamente patrulhamento na área e há também agentes de uma empresa terceirizada e funcionários da Secretaria de Infraestrutura atuando no setor.