ig-tadeu-fernandes (AAN)
Nos últimos Domingos comemoramos o dia dos Pais, e ontem, o dia de Maria a mãe de Jesus. Assim como os pais de Jesus Cristo viam seu filho crescendo em “sabedoria, estatura e graça”, nós também queremos essa sequência para nossos filhos, mas ai esta o grande desafio. Em um mundo onde as noticias mostram filhos matando pais, agredindo amigos, destruindo salas de aula e ofendendo professores, o desafio de um futuro melhor cresce em dificuldade. Em um país onde o consumo de álcool bate um recorde histórico com 78% dos jovens brasileiros bebendo regularmente e 19% deles já são dependentes do álcool, fica mais difícil ainda. Um estudo recente mostra que 26% dos adolescentes com 12 e 13 anos de idade já consomem bebidas alcoólicas e quando atingem 14 anos chega à marca dos 53% de consumidores frequentes. A gravidez na adolescência é a primeira causa de internações (66%) em meninas de 10 a 19 anos no SUS. Aproximadamente 1/4 dos partos no Brasil são em adolescentes. A segunda causa de internações nessa mesma população corresponde ao grupo de causas externas, entre elas, com alta frequência a tentativa de suicídio e as agressões. Nesse ano de 2013 a Semana da Família teve como tema a “Transmissão e Educação da Fé Cristã”. E tudo começa na célula básica de vida, a Família. As crianças miram-se no exemplo dos pais, e esses querem o melhor para os filhos, mas como fazer essa transmissão? Em primeiro lugar os pais devem respeitar a individualidade de cada criança, assim como os pássaros nascem para voar e os peixes para nadar, as crianças também têm seus atributos epigenéticos (herdados). Não queira que o pássaro nade ou que o peixe voe! Como disse recentemente o papa Francisco, em sua passagem pelo Rio de Janeiro, nos pais precisamos dar o exemplo dia a dia: “Traduzir essa experiência em seu caminho cotidiano, em seu comportamento diário e que possam traduzi-lo também nas decisões importantes da vida”. Os valores transmitidos diariamente vão se incorporando às virtudes da criança, elas não precisam ser “compradas” com presentes e bens materiais, não podemos trocar o vazio, a ausência, o espaço e a falta de diálogo por algo material e compensatório. Repetindo novamente a fala do papa Francisco: "Vamos combater o veneno do vazio que se insinua em nossas sociedades baseadas no proveito e no possuir". E o perigo fica maior entre os jovens porque eles "são especialmente sensíveis ao vazio de significado e de valores que com frequência os cerca e, infelizmente, pagam as consequências". E nos sabemos que o preço é caro! A família é o bem maior de uma criança e de um jovem, é nela que ele encontra o amparo, o porto seguro, o bom conselho, o alicerce, a estrutura e a principalmente, a compreensão. Já que citei várias vezes e agora vou terminar com uma frase do papa Francisco: “o encontro com Jesus vivo, em sua grande família que é a Igreja, enche o coração de alegria, porque o enche de verdadeira vida, de um bem profundo, que não passa e não se murcha" Nessa semana vamos refletir sobre a importância da família para essa geração que busca valores, ídolos, símbolos e exemplos, mas o que estão encontrando não é bem aquilo que todos nos esperamos.