Verba da cota de televisão, que era em torno de R$ 400 mil, não será repassada aos clubes participantes
O Guarani terá que encarar a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro com menos recursos do que esperava. O Bugre, assim como os outros vinte clubes que participam do torneio, não receberão da Confederação Brasileira de Futebol a verba referente às cotas dos direitos de transmissão da competição. As equipes foram notificadas no último final de semana, em e-mail endereçado pela CBF às agremiações. Como o valor das cotas de televisão somam R$ 9 milhões — metade da TV Brasile metade do Sportv, detentores dos direitos de transmissão — cada clube tinha a expectativa de receber cerca de R$ 400 mil.
No e-mail enviado às equipes, o diretor financeiro da CBF, Antônio Osório Ribeiro, justificou o corte no repasse. "Lembramos que a entidade efetua o custeio da arbitragem, além de todas as despesas de alimentação, transportes e hospedagens dessa competição, o que resulta num expressivo montante do orçamento da entidade. Dessa forma, mesmo reconhecendo a importância dessa competição para o futebol nacional, neste momento não é possível a destinação de novos recursos para esse campeonato, caso contrário estaríamos comprometendo a projeção orçamentária já aprovada em assembleia geral para esse exercício."
A diretoria do Guarani, por meio de seu presidente interino, Horley Senna, afirma não ter recebido o e-mail. "Ainda não recebemos nada, mas estamos contando com esse dinheiro. Perder esse repasse vai prejudicar o clube financeiramente", explicou. O dirigente também adiantou que o Bugre recebeu a convocação de uma reunião na sede da CBF com representantes de todos os clubes participantes da Série C. "Acredito que esse encontro seja para falar desse assunto", completou Senna.
Outros clubes se pronunciaram sobre o corte no repasse das verbas e se mostraram contrariados com a decisão. Foi o caso do Baraúnas (RN), que chiou muito com a situação. "Eram R$ 500 mil, depois baixou para 400. Assinamos o documento, só que agora fica meio complicado de sustentar se eles disseram que não vão mais patrocinar", disse o presidente do clube, Eudes Fernandes, à imprensa local.
ACORDO
Sem o dinheiro das cotas de televisão da CBF, o Guarani busca recursos por outros meios e, em breve, o clube pretende anunciar uma parceria com a Ambev. A empresa entraria no lugar da Femsa, que foi notificada oficialmente na Justiça por, segundo o clube, não ter cumprido alguns itens vigentes no contrato. Até o final dessa semana, representantes do Bugre retomarão as conversas com a Ambev.