Editorial

Castelo e Swift pagam preço da negligência

Correio Popular
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28/02/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:57

O esgotamento do sistema viário campineiro não é novidade para os milhares de motoristas que, dia após dia, encaram os gargalos do trânsito. O calvário já não se restringe aos corredores principais, aqueles que historicamente cortam a cidade de Norte a Sul ou Leste a Oeste. Vias secundárias têm, cada vez mais, sentido o reflexo de uma frota que cresce de maneira rápida — já são 750 mil veículos licenciados no Município. As cenas dos congestionamentos já não são “exclusividade” de quem mora ou vai para a Capital. Campinas vive o auge de seu “modo” paulistano de se locomover.

É dentro dessa perspectiva de metrópole motorizada que o cidadão busca suas soluções cotidianas. Rotas alternativas, compartilhamento de carros, uso de caronas e transporte coletivo são as alternativas, mas nem sempre adequadas às circunstâncias e à grande demanda por circulação de uma Campinas com 1,1 milhão de habitantes e sede de uma das mais importantes regiões metropolitanas do País, cidade visitada diariamente por milhares de outros cidadãos.

Na semana passada, o Correio abordou duas situações dramáticas de trânsito estrangulado — o caos viário na região do Swift e o Balão do Castelo. No primeiro caso, a área que compreende um grande centro comercial e um cinturão imobiliário ainda em formação vive cotidianamente as agruras de um prosaico deslocamento para sair e chegar em casa. Tudo em meio a confusão, excesso de veículos e vias acanhadas e não projetadas para aquele fluxo. No segundo caso, pedestres encaram uma verdadeira “roleta-russa” diária para conseguir atravessar cada uma das sete vias que cortam o sistema viário, num fluxo estimado de 117 mil veículos/dia. Corre-se riscos para ir à farmácia, à padaria, ao restaurante, ao colégio ou para voltar para casa.

Os dois casos são reveladores da falta de planejamento dos agentes públicos, incapazes de oferecer soluções cotidianas para melhorar a vida do cidadão ou para antecipar problemas evidentes a partir do crescimento urbano. Colabora para isso a letargia e o pensamento burocrático, duas pragas que o serviço público insiste em manter em seus redutos.

O campineiro vive hoje em uma cidade que cresceu sem planejamento, sem intervenções de longo prazo. Elas ficaram lá atrás, em décadas anteriores, quando o Município ainda não tinha perfil metropolitano.

Agora, espremido pelo desenvolvimento, Campinas paga um preço desproporcional e doloroso pela omissão do passado e pela inércia do presente.

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