Casarão histórico corre risco de desabar

Parte do Casarão Pau Preto, prédio histórico que abriga um Centro Cultural em Indaiatuba, está prestes a desabar. O espaço que abrigava a Biblioteca Municipal está com rachaduras e a fachada está escorada com madeiras. A calçada também foi interditada, pois há risco de desabamento.

Segundo a superintendência da Fundação Pró-Memória, autarquia que administra o Casarão, o rompimento de uma tubulação de água provocou o deslocamento do prédio e as rachaduras. Em fevereiro, um outro vazamento já havia prejudicado a estrutura da tulha, que hoje abriga um auditório. Apesar da justificativa da autarquia para os problemas estruturais, moradores cogitaram a hipótese de uma obra ao lado ter provocado as rachaduras.

"É uma judiação. Será que vão demolir?" , questionou a doméstica Terezinha Volk, de 49 anos, que disse ter ouvido de um funcionário do Casarão que a obra de uma torre residencial em frente ao prédio histórico causou as rachaduras.

O pedreiro aposentado Valdelino da Silva, de 77 anos, que mora uma rua abaixo do Casarão, disse que as rachaduras ocorreram porque o prédio é antigo. "Não tem nada a ver com a obra. Isso não tem estrutura, foi feito há anos. Mas consertar é difícil. É como costurar roupa velha, arruma em um lugar, rasga em outro" , afirmou.

O superintendente da Fundação Pró-memória, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, afirmou que vazamento ocorrido no último final da semana provocou as rachaduras no Casarão, onde funcionava a Biblioteca Municipal, que foi interditada na segunda-feira. "Foi feito um laudo técnico que mostrou que a água infiltrou e houve um deslocamento do prédio" , explicou. Ele negou que a construção de um prédio vizinho tenha provocado os danos. "Esse edifício começou a ser construído em 2011, as rachaduras apareceram esta semana e o laudo técnico já identificou a causa."

Como o Casarão Pau Preto possui quase 200 anos, a estrutura terá de ser reforçada. A obra deve ser iniciada ainda nesta semana. O prédio da tulha, que abriga um auditório, passou pela mesma obra em fevereiro, também após um vazamento na rede de água que provocou rachaduras. Foram gastos R$ 150 mil, mas o espaço continua interditado e só será liberado após a reforma da Biblioteca, que não tem prazo para ser finalizada.