MUSEU

Casarões no centro histórico de São Luís mantém a tradição dos azulejos portugueses

Casarões no centro de São Luís mantém a tradição dos portugueses

Douglas Fonseca
douglas.fonseca
05/08/2013 às 15:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:26

Burocracia dificulta restauração de casarões (REPRODUÇÃO)

Com uma história que mescla a conquista portuguesa e tomada pelos franceses e holandeses (expulsos mais tarde), o Maranhão é uma terra multicultural, cuja formação inclui ainda as etnias indígena e africana. A área central de São Luís reflete como o Estado sorveu tantas influências. O centro histórico é um museu a céu aberto. Estima-se que, dos 3,5 mil casarões tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), 1 mil sejam patrimônios da humanidade reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A restauração dos imóveis esbarra na burocracia e em problemas financeiros. Muitos proprietários não dispõem de R$ 1,5 milhão, valor estimado para a reforma, deixando os casarões expostos a intempéries climáticas e desgaste causado pelo tempo. O governo, no entanto, concede financiamento para restauração, desde que os imóveis sejam desapropriados para uso público, como centros culturais e escolas.Seguindo pelas ruas do Centro é possível se deparar com edificações históricas, como o Palácio dos Leões, fortaleza construída pelos franceses e tomada pelos portugueses em 1615, que hoje abriga a sede do governo. O prédio fica aberto à visitação pública às segundas, quartas e sextas-feiras.Próximo do Palácio dos Leões fica a Matriz de Santa Sé, igreja construída pelos jesuítas em 1699, e que passou por diversas reformas no decorrer da história. A fachada ganhou detalhes neoclássicos e, na década de 1950, o teto recebeu pinturas que fazem referência à obra que Michelangelo fez para a Capela Sistina, no Vaticano. Apesar das mudanças, o altar-mor foi completamente preservado e é talhado em madeira com ouro em um estilo barroco do século 19. AzulejosNas ruas e vielas do centro histórico é possível diferenciar os tipos e a origem dos azulejos que estampam o casario. O mais comum é português. A técnica utilizada pelos lusitanos servia para refletir a luz do sol e amenizar o calor da região. O mesmo é percebido nas estruturas das construções, com janelas, peitoris e paredes características das ruas de Lisboa. GastronomiaA culinária maranhense é marcada, principalmente pelos sabores das águas, com frutos do mar e peixes. Porém, como uma boa filha do Nordeste, oferece também pratos típicos da terra como a dobradinha, carne de sol, baião de dois e a galinha ao molho pardo. Outros destaques são o arroz de cuxá, feito com uma mistura de gergelim, pimentão, camarão seco, pimenta de cheiro e um ingrediente especial: a vinagreira, conhecida também como azedinha.Entre doces e sobremesas destaca-se o bolo de macaxeira e tapioca, os portugueses e uma infinidade de sorvetes de frutas nativas como o bacuri, buriti, jenipapo, tamarindo e o cupuaçu. Para matar a sede, uma dica é experimentar o famoso Guaraná Jesus. Invenção de um farmacêutico criada na intenção de formular um xarope. Sem êxito, deu a experiência para os netos provarem e o sucesso foi imediato. O refrigerante cor de rosa quase fluorescente é doce e tem traços fortes de cravo e canela. Foi batizado de Jesus por causa do nome de seu inventor, Jesus Norberto Gomes.

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