CAMPINAS

Casal que apelava por atendimento será internado

Dependentes de crack ficarão no Padre Haroldo; secretaria chama coordenador para falar sobre abordagem polêmica

Gustavo Abdel
gustavo.abdel@rac.com.br
01/07/2015 às 05:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:11

Elissandro e Francislaine, casal que pedia reinternação havia 10 dias: atendimento pelo Programa Recomeço ( Reprodução)

O casal de moradores em situação de rua e dependentes do crack Elissandro da Silva, de 32 anos, e Franscislaine Aparecida, de 30, receberá na quarta-feira (1°) atendimento no Instituto Padre Haroldo, através do Programa Recomeço do governo estadual. A situação do casal, que busca há mais de dez dias a internação, foi mostrada pelo Correio na edição de terça (30). Francislaine será internada em definitivo, e seu companheiro passará por uma avaliação de perfil - último passo para também receber o tratamento. Na segunda-feira, Francislaine esteve com Elissandro na sede da Coordenadoria Municipal de Prevenção às Drogas de Campinas para retirar o seu Cartão Recomeço. Esse instrumento é uma política pública de prevenção e tratamento do álcool e outras drogas em comunidades terapêuticas, no caso de Campinas, o Instituto Padre Haroldo, que recebem R$ 1.350,00 mensais por usuário em tratamento. O cartão serve também como instrumento de monitoramento da frequência do dependente no tratamento e controle da prestação do serviço pela entidade. Não há possibilidade de outro uso comercial.Ambos relataram que estão no mundo das drogas desde a infância, e na semana passada, durante ações da semana de Prevenção às Drogas realizada na região central, o casal buscou junto à coordenadoria uma internação imediata, já que não aguentava mais ficar nas ruas, segundo seus relatos. Porém, o casal precisava seguir os trâmites necessários até o ingresso no instituto, e por duas ocasiões, segundo a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, eles faltaram às entrevistas e o prazo para a internação foi estendido. Eles deram entrada no tratamento através do programa Recomeço no dia 11 de junho, e no dia 17 não compareceram no instituto. Foi novamente agendado para o dia 22, mas tornaram a não comparecer. O casal confirmou que fez uso da droga na data e não compareceram.A reportagem também revelou a conduta do coordenador do programa de Prevenção às Drogas de Campinas, Nelson Hossri, junto ao casal, que o procurou na semana passada. Ele disse na gravação feita pela TV Correio que o dependente de crack é “incurável” e para que o casal parasse com o “costume do assistencialismo”, ao reclamarem da demora para reinternação e pedirem atendimento rápido. A maneira da abordagem feita por Hosrri foi considerada inadequada pela secretária municipal de Cidadania Jane Valente e pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, que não viu consonância com o protocolo de atendimento inicial aos usuários de substâncias psicoativas, conforme preconiza o Programa Recomeço. Hossri afirmou na segunda-feira (29) que se exaltou, mas que o casal foi agressivo e que já havia se entendido com os dois. A secretária informou que teria uma conversa com o coordenador ontem, para que ele explicasse a conduta que teve com os moradores. Porém, através da assessoria de imprensa, a titular da pasta informou que agora o teor da conversa “será tratado internamente”. 

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