No livro, faz revelações sobre dependência de drogas, da recuperação e do doping na Europa
O ex-jogador de futebol Casagrande, atual comentarista do esporte na Rede Globo, estará em Campinas nesta terça-feira (14/05) para uma noite de autógrafos de sua biografia. Nela, faz revelações sobre a dependência de drogas (entre as quais cocaína e heroína) e de sua recuperação, do declínio ao restabelecimento, e do doping na Europa.
"Casagrande e seus demônios" (Globo Livros; R$ 34,90; 264 páginas) foi escrito com o jornalista Gilvan Ribeiro - que começou a carreira na Folha de S. Paulo, foi repórter da ESPN/ Brasil e atualmente é editor do caderno de esportes do Diário de S. Paulo (antigo Diário Popular). Ribeiro conta que Casa "colhe os louros do nocaute sensacional sobre as drogas", mas que precisa estar sempre alerta para não voltar a ter uma recaída.
O prefácio foi escrito pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva, para quem, "Casão faz questão de contar o inferno que viveu quando era viciado em drogas e sua internação, pois para ele é fundamental passar adiante a experiência, dividir as dores da dependência e alertar para os perigos de um vício frenético, sem preconceitos, desvios ou mentiras”. Ainda segundo Paiva, “a verdade ajuda a sanidade".
E mais
Walter Casagrande Júnior relembra, no livro, a passagem dele pela Seleção; revela como foi comentar a conquista do mundial do Corinthians no Japão; como foi sua adolescência - com a Turma do Veneno -; discorre sobre seu dia a dia no apartamento em que mora sozinho; e fala de seus fracassos amorosos: "o término de um relacionamento é um tipo de morte, em que a vida em comum deixa de existir".
Em relação à atuação política, relembra a época da ditadura, quando tinha os cabelos longos e despenteados, usava jeans puídos e camisetas com slogans como Diretas-Já. Contrário à prisão arbitrária de oposicionistas ao regime, filiou-se ao PT quando o partido começou. Até hoje é lulista.
Fã de rock - especialmente de Janes Joplin e AC/DC – conta como, na adolescência, se interessou mais pelo lado destrutivo dos músicos do que de suas vertentes criativas. Conta também da amizade que tem com roqueiros como Rita Lee, a quem dedicou o "Gol Rita Lee", no segundo jogo do Corinthians pelo Campeonato Paulista de 1982, contra o São Paulo.
Um capítulo inteiro é dedicado ao amigo Sócrates, que era alcoólatra e morreu em decorrência de cirrose. "Não concordo com muitas coisas que o Sócrates fez, ou até mesmo deixou de fazer. Acho que lhe faltava flexibilidade para usufruir a própria genialidade na plenitude”, testemunha no livro.
A amizade de ambos foi rompida quando Sócrates insinuou que Casagrande havia se "vendido ao sistema" ao aceitar o trabalho na Globo. Sem bate-boca, eles se afastaram, mas voltaram às boas quando 'Magrão' foi internado com hemorragia digestiva. "Ainda bem que nos reaproximamos no final da vida dele. Senão, a dor seria insuportável", completa.
Serviço
O quê: noite a autógrafos do livro “Casagrande e seus demônios”
Quando: a partir das 19h de terça-feira (14/05/2013)
Onde: na livraria Fnac do Parque D. Pedro Shopping
Quanto: entrada gratuita