Casa de joão-de-barro impede corte de árvore

Uma casa de joão-de-barro fez com que a equipe de corte de árvores da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) adiasse o corte de um chapéu-de-sol, árvore de grande porte, na rua Cabo Alcides Trevisan, no Parque Prezoto, em Piracicaba.

A medida não agradou o morador, que compreendeu as razões da Sedema, mas que teme pelo risco de queda da árvore. "Faz três anos que fiz o pedido de corte. A árvore começou a morrer há cinco anos depois de ser atingida por um raio", contou Dirceu Cecílio Cardenas, 72.

Na época, Cardenas disse que uma parte - quase metade - da árvore teve de ser cortada. "Eles demoraram para vir e a árvore tem galhos grandes. Quando venta muito é um perigo, porque aqui é caminho das crianças que vão à escola. Já caíram galhos e graças a Deus nunca atingiram ninguém", afirmou.

Segundo ele, a ave se instalou em um dos galhos da árvore, nesse ano e já deu a primeira ninhada. "Agora ele está rodeando novamente, mas a árvore está perigosa. Temo pelas crianças que passam aqui e pelo prejuízo no imóvel, se ela cair", disse.

Risco

O diretor do Departamento de Controle Ambiental, Carlos Ambrosano, afirmou que há o risco do joão-de-barro abandonar o ninho se forem feitos muitos cortes na árvore.

"Temos agido dentro de um princípio ecológico. Como a situação da árvore é grave - ela apresenta problemas fitossanitários -, até a ave abandonar o local novamente, serão feitas vistorias permanentes para evitar queda de galhos, até a retirada dela".

Segundo Ambrosano, o corte da árvore foi definido após vistoria técnica. "O problema é que no espaço entre a avaliação técnica e a ordem de serviço, o joão-de-barro se instalou no local. É preciso respeitar o ciclo da ave", argumentou.

Ele ressaltou ainda que cerca de 80% dos pedidos de corte que chegam à Sedema, pelo 156, são indeferidos. "Reduzimos muito a ação de corte de árvores".

Licitação

A licitação para contratação de equipe para realizar serviço de poda em árvores, manutenção em palmeiras e ultrassonografia em árvores, foi liberada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE). A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município, de 26 de abril.

A prefeitura fez alterações que o órgão exigiu no edital, motivadas por uma ação de uma empresa e as propostas poderão ser enviadas até o dia 29 de maio, data da abertura dos envelopes. Antes o edital exigia que documentos fossem enviados 24 horas antes da data da proposta.

"Agora será tudo junto, Também alteramos o termo sobre poda de árvores e de palmeiras e propostas ", disse Ambrosano.

O valor de base para a licitação é de R$ 3,640 milhões e está previsto aumento de 30% do serviço de poda, para atender principalmente pedidos do 156.