JOGO RÁPIDO

Casão x Neymar

Coluna publicada na edição de 20/2/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
20/02/2018 às 00:00.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:55

Depois de alguns dias de folga, volto com várias opções de assuntos para a coluna. Escolho, para recomeçar, um que teve enorme repercussão: as críticas de Casagrande a Neymar. A análise do comentarista da Globo e do Sportv gerou uma reação irada do pai do atleta, que também foi muito criticado por isso. Não vou entrar na discussão sobre como se comportaram Neymar e Neymar pai. A questão é que algumas análises de Casagrande são notoriamente absurdas e os jornalistas que criticaram o pai do jogador não levaram isso em consideração. Casagrande tem o direito de analisar o futebol do jeito que bem entender. Mas, da mesma forma como pode manifestar seu ponto de vista, deve entender que nem todos têm a obrigação de concordar com ele, principalmente quando seus argumentos ficam tão distantes da realidade. Casagrande diz que Neymar é mimado e individualista. “O Pelé descia alguns degraus para fazer parte do coletivo. Não ficava parado no degrau dele forçando para que os outros chegassem até ele”, comparou Casão. Pela análise do ex-centroavante, Neymar gosta que o time jogue em função dele e não faz nada pelos companheiros. Como explicar, então, que Neymar seja o líder em assistências não apenas do PSG, mas de todo o Campeonato Francês? Como se pode acusar um jogador que tem 12 assistências de ser fominha ou individualista? Não faz o menor sentido. Casagrande também disse a seguinte frase: “Os times não têm que procurar um cara que tenha o perfil do Neymar”. A quem, então, os clubes devem procurar? Neymar foi contratado a peso de ouro pelo Barcelona e se transformou no jogador mais caro da história na transação com o PSG. Aos 26 anos, já é o 5º maior artilheiro da história da Seleção Brasileira, com 53 gols. Tem tudo para brigar com Ronaldo (67) pelo segundo lugar. É possível que se aproxime — ou ultrapasse — Pelé, que tem 77. Neymar é o sonho de consumo do Real Madrid e do Manchester City. Baseado em que Casagrande conclui que os times não devem procurá-lo? Por fim, Casagrande repetiu René Simões e diz que “estamos criando um monstro”. Só se for um monstro com 18 títulos na carreira, entre eles uma Libertadores, dois títulos do Espanhol (assim como Cristiano Ronaldo, que está há nove anos em Madri), o inédito ouro olímpico e uma Liga dos Campeões, da qual foi artilheiro , com direito a gol na final. Casagrande também se defendeu de Neymar pai dizendo que não persegue o craque da Seleção. Mas no início da Olimpíada de 2016, disse que Neymar não deveria ser o cobrador de faltas da equipe. Se na seleção principal já não há ninguém que se aproxime dele nesse quesito, como defender essa tese na seleção olímpica? Neymar respondeu com um golaço — de falta — na final contra a Alemanha. O ideal é que ele sempre responda com o seu inegável talento, mas é compreensível que se irrite com análises tão incoerentes.

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