CAMPINAS

Carteiros levam discussão sobre segurança ao MPT

Neste ano foram registrados 102 assaltos a funcionários, cerca de 50% a mais que em 2012

Bruna Mozer
bruna.pinto@rac.com.br
22/10/2013 às 10:56.
Atualizado em 26/04/2022 às 06:31

Carteiro diz que sofreu quatro assaltos no bairro São Gabriel, na saída para Valinhos, o último deles na sexta-feira passada: "A gente fica refém do medo. Trabalho sempre preocupado. Não temos sossego" ( Leandro Ferreira/AAN)

Integrantes do sindicato que representa os trabalhadores dos Correios em Campinas participam nesta terça-feira (22) de uma audiência com o Ministério Publico do Trabalho (MPT) para tratar sobre a falta de segurança e a onda de assaltos que sofrem os carteiros — aqueles que fazem entregas de encomendas em veículos, como o Sedex, por exemplo. De acordo com a entidade, neste ano foram registrados 102 assaltos a funcionários, cerca de 50% a mais que em 2012. De acordo com Fabio Xavier, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e Região, a situação tem se agravado neste ano, e a categoria pede uma solução da empresa sobre a falta de segurança. A audiência será entre a entidade e o MPT. Uma reunião com os Correios está marcada para o dia 5 de novembro. Diante desse problema, neste ano a empresa chegou a suspender as entregas em vários bairros de cidades da região. Na sexta-feira, o carteiro Vanderley Anorato foi assaltado pela quarta vez quando trabalhava no bairro São Gabriel, próximo à saída para Valinhos. Os bandidos estavam armados e ele foi rendido. “Fui levado até perto do aeroporto (Viracopos) e lá pegaram a mercadoria. Fui deixado lá”, disse o carteiro. “A gente fica refém do medo. Trabalho sempre preocupado. Não temos sossego”, acrescentou o funcionário, que está há 16 anos na empresa. Para o diretor do sindicato, a principal saída para o problema seria a implantação de escolta para acompanhar os funcionários, especialmente nos bairros com maior índice de casos — regiões do Campo Grande e Ouro Verde. “A empresa é que vai ter de dar uma solução, mas achamos que essa é a melhor alternativa. É uma medida adotada pelas empresas atualmente”, disse. Segundo Xavier, está claro que os assaltos têm como autores pessoas que moram na própria região onde eles ocorrem. “Quem rouba, não é ladrão de carga. Esses assaltos só acontecem pela facilidade. Os funcionários estão vulneráveis”, disse Xavier. Os Correios informaram, por meio de assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada sobre a audiência com o MPT, mas afirmou que já há “outras ações concretas implantadas como uso de escolta armada, rastreamento de encomendas e de veículos, além da entrega diferenciada.” No entanto, o sindicato nega que atualmente haja algum tipo de escolta a funcionários e que os demais procedimentos servem para proteger as mercadorias, e não os trabalhadores. Na região de Campinas, segundo a estatal, há ações de prevenção aos assaltos em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, polícias Militar e Federal e Guarda Municipal. A empresa também informou que investiu mais de R$ 12 milhões em segurança na região de São Paulo e que, com isso, houve redução do número de roubos. Além disso, tem adotado parceria com órgãos estaduais de segurança e com a Polícia Federal para prevenir os crimes. “Esses parceiros trabalham na prevenção e investigação de roubos, identificando quadrilhas que atuam contra os trabalhadores e contra o patrimônio público.” Veja também Adolescentes são presos com motos roubados dos Correios De acordo com a polícia, os veículos seriam utilizados para cometer outros crimes PM prende quadrilha especializada em roubar os Correios Mercadorias com o selo Sedex foram encontradas em Campinas e Itatiba Comerciante é morto por homem identificado como carteiro Assassino se identificou como funcionário dos Correios, entrou na casa e atirou na vítima de 62 anos

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