Os gastos com publicidade do governo sempre foram um absurdo, agora estão gastando mais um tanto com a divulgação do “Programa Mais Médicos”, apresentando-o como uma solução para o problema da Saúde no Brasil.Aqui na região, várias cidades se aproveitaram dessa onda, e os prefeitos desviam a atenção e apresentam esse programa para a população como a solução dos problemas da Saúde no município.Se o programa não der certo, como é óbvio que não vai dar, a culpa vai ficar por conta dos médicos, eximindo-os de qualquer culpa pelo caos que está nosso sistema de Saúde, e mais uma vez os prefeitos saem como vítimas, justamente eles, grandes culpados por essa situação.Diante dessa enxurrada de informações contraditórias o Conselho Regional de Medicina publicou no decorrer da semana uma carta aberta à população explicando que:A falta de médicos em pequenos municípios e em vários serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) é um problema sério, que leva sofrimento a muitos cidadãos. Mas o governo federal apresenta propostas que não resolverão essa situação.Disseram que irão contratar médicos estrangeiros, mas se negam a aplicar uma prova chamada Revalida. Isso é necessário porque eles precisam provar que sabem falar português e que sabem exercer a medicina. Em todo País sério é assim: o médico estrangeiro é avaliado antes de atender pacientes.Anunciaram o aumento do curso de medicina de seis para oito anos, mas as próprias universidades apontaram o absurdo dessa ideia, que não foi discutida antes com ninguém. Querem abrir milhares de novas vagas sem escolas médicas, sem antes dar estrutura para as universidades públicas que já existem e que estão com dificuldades em formar bons médicos. As vagas novas, aliás, irão quase todas para o setor privado, que cobra de R$ 4 mil a R$ 7 mil a mensalidade do curso de Medicina.As entidades médicas apresentaram propostas de solução, mas o governo não quer ouvir e prefere jogar a população contra os médicos.Veja o que a Sociedade Medica defende:_ Investimento de mais recursos federais para o SUS, pelo menos 10% de tudo aquilo que o governo arrecada;_ A garantia de estrutura mínima dos serviços de Saúde, para que os médicos possam fazer o diagnóstico, tratar e encaminhar os pacientes adequadamente;_ A criação de uma carreira para médicos nos moldes do Judiciário e de outras carreiras públicas;_ A garantia de uma vaga de residência médica para cada médico formado, que é a melhor forma de um médico se aperfeiçoar na prática.Todo brasileiro, em algum momento, já contou com a dedicação e o trabalho de um dos 400 mil médicos que atuam no País.