Leitores me perguntam por que as refeições servidas a bordo tão ruins e com aquele sabor e aspecto de requentada. Para dizer a verdade, eu também não aprecio muito o catering da maioria das companhias aéreas, mas tenho que fazer o advogado do diabo nesta questão.
Eduardo Gregori ( Leandro Ferreira/ AAN)
Foto: Leandro Ferreira/ AAN Eduardo Gregori Leitores me perguntam por que as refeições servidas a bordo tão ruins e com aquele sabor e aspecto de requentada. Para dizer a verdade, eu também não aprecio muito o catering da maioria das companhias aéreas, mas tenho que fazer o advogado do diabo nesta questão. Primeiro, porque temos que, de certa maneira, agradecer as companhias brasileiras que ainda oferecem algum tipo de refeição sem cobrar toda a refeição ou parte dela. Muitas empresas estrangeiras oferecem gratuitamente apenas água, e olhe lá. E não pense que isso aconteça apenas em voos domésticos ou de curta duração. Tem companhia aérea estrangeira que não faz nenhuma cerimônia em apresentar um menu com os pratos disponíveis e seus respectivos preços, que podem ser pagos em efetivo ou em cartão de crédito. De uma maneira geral ninguém reclama, pois já se tornou uma prática que foi absorvida por quem viaja com aquela empresa. Na primeira vez fiquei meio chocado, mas quanto mais viajo, mais vejo que essa é uma tendência que vem se expandindo e que não tem volta.Para quem reclama que as refeições têm sabor de requentado, na verdade elas são mesmo aquecidas novamente. Que outra forma poderiam ser servidas? Nem na primeira ou na classe executiva há este luxo. Seria uma logística impraticável. Imagine a companhia ter que manter uma equipe de cozinha, além de fogões e fornos industriais para produzir 200 ou mais pratos e ainda ter que servir toda essa gente e não apenas no almoço ou jantar, mas também no café da manhã. Pense se seria possível ou mesmo viável? Então, mesmo com aquele gostinho “plastificado”, ainda é melhor ter algo para comer sem pagar mais do que gastar por uma comida sem tanto glamour. Uma dica para quem não suporta a tradicional pergunta dos comissários: “carne ou massa?”, é escolher previamente um prato antes do embarque. Muitas companhias oferecem menus diferenciados em seus websites. Basta acessar os dados da reserva, conferir quais as opções disponíveis, escolher e, se alguma delas agradar mais que as refeições habituais, marcar a opção e confirmar. Isso precisa ser feito antes da viagem, não adianta pedir na hora. Por uma questão de programação, os pratos especiais só são servidos através de reserva antecipada. Recentemente pedi uma refeição Kosher, cujos pratos obedecem aos princípios judaicos, e confesso que me surpreendi positivamente. Há também outras alternativas como pratos veganos, vegetarianos e hindus. Então, opção é o que não falta para fugir do básico. Se mesmo assim ainda ficar aquela sensação de repulsa pela comida, tente, na próxima vez, voar na executiva. Apesar de não fugir à regra da econômica, os pratos são mais elaborados e têm um sabor mais palatável. Boa viagem. Eduardo Gregori é editor de Turismo do Grupo RAC