Acompanhada de marchinhas, a festa promove a integração das famílias e encanta as crianças
Em 35 cidades do interior de São Paulo, o desfile de carnaval resgata uma tradição da Europa antiga: a folia com bonecos gigantes e cabeções. Acompanhada de marchinhas, a festa promove a integração das famílias e encanta as crianças.
Segundo a Comissão Paulista de Folclore, essa tradição carnavalesca chegou ao Brasil com os imigrantes portugueses. A desproporção dos cabeções sobre os corpos dos foliões é carregada de simbologia – em Portugal e na Espanha, os gigantes e anões caminhavam juntos pelas ruas no período do carnaval. No Brasil, essa representação ganhou adaptações de acordo com as diferentes realidades regionais.
No município de Atibaia, há registros de que o carnaval dos bonecões começou em 1915. De acordo com o vice-presidente da Associação dos Bonecões e Boneconas de Atibaia, Igor Stacek, a tradição, porém, se perdeu com o tempo, mas foi resgatada na cidade há 11 anos. A folia dos bonecões ocorre na Praça da Matriz, no centro da cidade, deste sábado (9) a Quarta-Feira de Cinzas (12), a partir das 16h. São esperadas mais de 4 mil pessoas no centro histórico.
Os mais de 100 bonecos que desfilam em Atibaia homenageiam personalidades como Elvis Presley, Chacrinha e Elke Maravilha. As crianças, que também são responsáveis pela confecção dos bonecões, escolheram Garfield, Simpsons e Harry Potter. “As crianças que vão desenvolvendo os bonecos têm liberdade de escolha dos personagens”, disse Igor Stacek. O acervo dos bonecões tem ainda algumas personalidades do município. “Toda cidade tem aquelas pessoas que são muito conhecidas, mas só dentro dos seus limites.”
A associação, que trabalha com recursos dos próprios bonequeiros e de doações de empresas, usa papel machê, colagem e papietagem (papel recortado e cola) na confecção dos bonecões. As crianças aprendem as técnicas na escola, durante as aulas de artes. As atividades também são feitas em família, na sede da associação.
“Essa é uma das partes mais importantes, toda a integração que é proporcionada. A família participa do desenvolvimento do boneco, é muito gostoso ver isso. A criança que participa em um ano, dificilmente não retorna no ano seguinte”, conta vice-presidente da associação.