Carnaval de Campinas recomeça do zero

Iniciar uma nova fase do Carnaval de Campinas é a proposta do governo para o Desfile das Escolas de samba em 2014. Dez agremiações irão para avenida em pé de igualdade, ou seja, sem primeiro nem segundo grupo. A estratégia é para que o evento volte a ser competitivo; o último vencedor data de 2011, quando Rosas de Prata levou a melhor. Outra novidade será a troca do local. Até então o evento era realizado na Avenida do Samba, que fica na saída do Túnel Joá Penteado, na Vila Industrial, porém devido a acordos políticos, o ano que vem deverá migrar para o Parque Linear do Rio Capivari. A Liga das Escolas de Samba de Campinas (Lesca) organizou no domingo (13) o primeiro encontro oficial para o Carnaval 2014, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, na Estação Cultural. A festa, chamada de 1ª Feijofolia, foi para sortear a ordem das escolas participantes dos desfiles. Era gratuito, mas para ter acesso ao almoço, o participante pagava um ingresso de R$ 25,00, recurso que será destinado a gravação de um CD com os sambas-enredos, sendo que o mais recente é de 2002. Para acompanhar a feijoada, show com Eliana de Lima e sambistas da cidade: Ilcéi Mirian, Edson Jóia e as Passistas de Ouro, Escola de Samba Estrela D’Alva , Grupo Bambas da Estação, Grupo Pegada de Styllo, e Jorginho Raridades. Essas escolas aguardam o recebimento da primeira parcela dos recursos municipais no valor de R$ 35 mil, que deve ser emitida por Decreto ainda neste mês, de acordo com o secretário de Cultura, Ney Carrasco. “Minha ideia era de que esse primeiro repasse tivesse sido feito em junho, mas não foi possível, muito por razões de desorganização das próprias escolas. Essa semana vamos finalizar os tramites burocráticos e o decreto sairá o mais rápido possível” , afirmou. O valor corresponde ao orçamento de 2013, enquanto a segunda parcela, também de R$ 35 mil, que está prevista para janeiro, integra o orçamento 2014. Segundo o presidente da Lesca, Edson Jóia, a verba ainda não é suficiente para um bom Carnaval. “Não é o Carnaval que a gente quer, mas melhorou”, disse ele, visto que, no ano passado, as escolas receberam R$ 56 mil. Para tanto, estão promovendo eventos com arrecadação de dinheiro. “Temos que buscar nossa independência e usar o recurso da Prefeitura como complemento”, afirma Jóia. Nesse sentido também trabalha a secretaria. “O caminho é se auto-sustentar. A secretaria, por sua vez, se esforça para que todas as escolas tenham seus próprios barracões. Não tem como profissionalizar sem um espaço próprio. Viabilizamos, mas sem recurso público” , disse Carrasco. Atualmente, apenas a Rosa de Prata e Leões da Vila Padre Anchieta têm barracões. As demais irão produzir seus carros alegóricos, fantasias e adereços num galpão improvisado dentro do complexo da Estação Cultura, para onde foi redirecionado o material que sobrou deste ano, avaliado em R$ 45 mil. O conteúdo estava jogado ao relento e esquecido há mais de quatro meses, desde que foi retirado do Barracão dos Lemos, casa provisória da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC). Após denúncia, foi retirado de lá e colocado nesse outro galpão, localizado na mesma área. “O espaço é suficiente”, avalia Jóia. Ao assumir a secretaria, no dia 1° de janeiro, Carrasco afirmou que não teria tempo hábil para organizar um grande Carnaval. Dito e feito. As duas noites foram consideradas fracas, com público estimado de 48 mil pessoas. Em abril, ocorreram as primeiras reuniões entre o órgão público e a Lesca. Ficou definido um plano de metas no qual as escolas deverão prestar conta do investimento da verba repassada. Caso não cumpram as etapas, o dinheiro será cancelado sem retroatividade. “Não podemos negligenciar o dinheiro público”, afirma o dono da pasta. Novo espaço O Parque Linear do Rio Capivari é o local mais provável para realização do Desfile de Carnaval 2014. A avenida do Samba, que fica na saída do Túnel Joá Penteado, na Vila Industrial, abrigou o evento até então, mas já está totalmente descartada, apesar de ser considerado o melhor espaço pela Lesca. Isso porque foi feito um acordo político da secretaria de Cultura com a Câmara Municipal que propôs um projeto de lei que proíbe a realização de festas populares num raio de um metro de hospitais, tendo como principal objetivo acabar com o desfile no Túnel. A retirada do projeto foi pedida pelo secretário de Cultura, Ney Carrasco, com o argumento de que a regra iria inviabilizar a realização de festas em outros locais da cidade e que já são populares, como, por exemplo, o desfile da City Banda, no Cambuí. Em contrapartida, o Carnaval não poderia mais ocorrer no local. “O ideal é um sambódromo, mas não temos condições para construir um até fevereiro 2014” , afirma Carrasco, descartando um projeto já existente que nunca saiu do papel. “Esse projeto é falho, seria um desperdício de verba. Para se ter uma noção, prevê uma área de 400 metros lineares, enquanto um sambódromo padrão tem 800 metros lineares.” Veja também Teatro Maria Monteiro em Campinas recebe investimentos Espaço na Vila Padre Anchieta recebeu novos equipamentos de luz e de som Fracassa licitação para o bondinho do Taquaral Única empresa no pregão teve problemas com documentação; nova concorrência será marcada