ALÍVIO

Cantareira tem o quarto dia consecutivo de alta

Chuva na região dos reservatórios e nascentes e a redução da retirada de água explicam a elevação

Maria Teresa Costa
10/03/2015 às 18:24.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:26
Vazão do Rio Atibaia, no distrito de Sousas, em Campinas, nesta terça-feira (10) (Camila Moreira/ AAN)

Vazão do Rio Atibaia, no distrito de Sousas, em Campinas, nesta terça-feira (10) (Camila Moreira/ AAN)

Pela quarta vez consecutiva, o volume de água armazenado no Sistema Cantareira teve elevação em março e operou nesta terça-feira (10) com 13,3% da capacidade, 0,4 ponto percentual acima do registrado na segunda (9).   A chuva que vem caindo na região dos reservatórios e nascentes e a redução da retirada de água para abastecer a Grande São Paulo explicam a elevação. Em dez dias, choveu 100,5mm no Cantareira, o que corresponde a 56,4% da média histórica do mês.A redução da retirada de água ocorre porque a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), no último ano, vem interligando mananciais e reduzindo a dependência do Cantareira, o sistema mais afetado pela crise hídrica. Assim, pela primeira vez desde o início da sua operação, em 1973, o Cantareira deixou de ser o maior produtor de água de São Paulo, posto que agora pertence ao Sistema Guarapiranga.   Em fevereiro deste ano, o Cantareira produziu em média 14,03 metros cúbicos por segundo (m³/s), ante 14,49m³/s do Guarapiranga. O Alto Tietê, que liberou 11,04m³/s no período, é o terceiro da lista.A quantidade de água fornecida pelo Cantareira passou de 31,77 mil litros por segundo para 14,03 mil. Já o Guarapiranga aumentou a vazão de 13,77 mil litros por segundo para 14,9 mil.   Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas, mas hoje produz água para 5,6 milhões de clientes na Grande São Paulo. Já o Guarapiranga, que no começo de 2014 atendia 3,9 milhões de pessoas, hoje atende 5,8 milhões, informou a Sabesp. Comparando a produção de fevereiro de 2014 com fevereiro deste ano, a retirada de água do Cantareira teve uma redução de 56%, o que significa uma economia de 17,74m³/s no mês, volume suficiente para abastecer aproximadamente 7,1 milhões de pessoas durante o período, segundo a Sabesp.   Se forem considerados todos os sistemas que atendem à Região Metropolitana de São Paulo, a economia no mesmo intervalo chegou a 21,4m³/s, água para atender 8,6 milhões de habitantes, maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro, ao longo de um mês. Essa expressiva economia de água é consequência de medidas como o programa de bônus aos clientes que reduziram o consumo, que em fevereiro completou um ano em vigor com adesão recorde de 81% dos usuários. Outra iniciativa de incentivo à redução do consumo também contribuiu para a economia de água: a cobrança de tarifa de contingência, que passou a ser aplicada nas contas emitidas em fevereiro para quem gastou mais água e incidiu sobre 12% das faturas emitidas pela Sabesp no período.   Outros 7% também aumentaram o consumo, mas não foram enquadrados na sobretaxa por gastarem menos de 10m³ no mês. Em vigor desde janeiro de 2015, a tarifa de contingência é cobrada dos clientes cujo consumo mensal ultrapassar a média apurada no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. A sobretaxa é de 40% sobre o valor da tarifa de água para quem exceder até 20% a média do consumo ou 100% sobre o valor da tarifa de água para quem ultrapassar 20% da média. 

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