MARÇO

Cantareira recebe em 9 dias mais de metade da chuva prevista

Volume armazenado nas represas sobe 0,6 ponto percentual e chega a 12,9%

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
10/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:20

Chuvas constantes têm garantido o aumento da vazão do Rio Atibaia, que abastece 95% de Campinas (Dominique Torquato /AAN)

Em nove dias, o Sistema Cantareira recebeu mais da metade da chuva prevista para o mês, o que fez o volume armazenado chegar a 12,9% da capacidade dos reservatórios e registrar uma alta de 0,6 ponto percentual. É a segunda vez, desde o início da crise hídrica, no Verão de 2013, que o sistema consegue ter essa elevação — a última vez em que as barragens tiveram esse aumento na quantidade de água armazenada foi em 19 de fevereiro.   Apesar disso, a situação ainda é de alerta e não afasta os riscos de racionamento no período da estiagem. O volume de chuvas previsto para março é de 178 milímetros (mm). Até esta segunda-feira (9), já havia chovido na região 96,6mm, ou 54,2% do esperado para o mês. Essa quantidade acumulada é maior que a registrada no mesmo período de fevereiro, de 85,6mm, e que foi o mês mais chuvoso desde o início da crise.   Chuva deve continuar A expectativa é que a chuva continue sobre o Sistema Cantareira nesta semana, segundo informações da Somar Meteorologia. “A precipitação mais intensa e volumosa vai atingir hoje [segunda-feira) o manancial. Amanhã [terça], a chuva acontece em forma de pancadas de fim de tarde e com menor intensidade. A precipitação ainda será significativa até o fim desta semana”, afirma o meteorologista Celso Oliveira.   O Cantareira está operando na faixa da reserva técnica que fica abaixo dos túneis que interligam os reservatórios, o chamado volume morto. Essa água, captada em duas cotas, acrescentou 29,2% ao volume operacional desde 15 de maio do ano passado. Para poder iniciar a operação do volume útil, há necessidade ainda de recuperar a maior parte da primeira cota da reserva técnica. Na prática, os reservatórios não estão operando com 12,9% da capacidade, mas sim com 16,3% negativos.   Primeira cota   A primeira cota acresceu 182 bilhões de litros ao sistema e a segunda, 105 bilhões de litros. O segundo volume morto foi recuperado pelas chuvas abundantes de fevereiro. A meta da Agência Nacional de Águas (ANA) é que os reservatórios cheguem ao final do período chuvoso, em 30 de abril, operando com 10% do volume útil, mas a agência já admite que será muito difícil atingir esse índice, a não ser que março e abril consigam superar as médias históricas de chuva do período.   Os 10% foram estabelecidos pela Justiça Federal, em medida liminar. A decisão, da última semana, confirmou liminar de outubro da Justiça Federal em Piracicaba, em ação do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal, que determinou que os gestores do Cantareira deverão definir semanalmente as vazões, com a fixação de metas de restrição ou suspensão de uso de água pelos usuários. Cabe recurso à decisão e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que irá recorrer.

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