Os aumentos consecutivos do Sistema, responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, fizeram o manancial mais do que dobrar o volume de água disponível neste mês
Reservatório Jaguari-Jacareí, do Cantareira, ontem: apesar da recomposição do sistema, técnicos, prefeituras e especialistas são cautelosos em falar no fim da estiagem (Nilton Cardin/ AE)
O Sistema Cantareira, principal manancial de São Paulo, voltou a receber chuva e chegou ao 20º dia consecutivo de alta, segundo aponta o boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), publicado nesta quarta-feira (25). Os reservatórios que compõem o sistema estão com 10,8% da capacidade: 0,1 ponto porcentual a mais do que no dia anterior, quando o volume armazenado de água era de 10,7%.Os aumentos consecutivos do Cantareira, responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, fizeram o manancial mais do que dobrar o volume de água disponível neste mês. No dia 1º de fevereiro, os reservatórios operavam com 5% da capacidade - já considerando duas cotas de volume morto, de 182,5 bilhões de litros e 105 bilhões, adicionadas no ano passado.Sobre a região do Cantareira, onde não chovia há quatro dias, a pluviometria registrada foi de 11,3 milímetros. O índice fez a pluviometria acumulada de fevereiro saltar para 277,8 milímetros - número cerca de 35% maior que o volume esperado para o mês inteiro, de 199,1 mm.Além das chuvas, a redução do volume de água retirado do sistema também tem ajudado o Cantareira a se recuperar lentamente. No ano passado, o manancial chegou a passar oito meses sem registrar nenhum aumento. A última vez que o nível dos reservatórios desceu foi justamente no primeiro dia do mês, quando caiu de 5,1% para 5%.Outros mananciaisO nível de outros três reservatórios também subiu nesta quarta-feira. O principal deles, o Sistema Guarapiranga, teve aumento expressivo - de 1,3 ponto porcentual - após chuvas de 21 8 milímetros nas últimas 24 horas. O volume armazenado de água no sistema é de 58,7%, ante 57,4% no dia anterior.O Sistema Rio Grande subiu 0,3 ponto porcentual, depois de ter ficado cinco dias sem qualquer aumento no volume de água represado. Nesta quarta, o reservatório passou de 83,1% para 83 4%. Já o Sistema Rio Claro subiu 0,1 ponto e está com 35,5% da capacidade, contra 35,4% na terça-feira, 24.Com 18,3%, o Sistema Alto Tietê ficou estável pelo segundo dia seguido. Nas últimas 24 horas, a pluviometria registrada sobre a região foi de 5,5 mm. Já o Alto Cotia foi o único a cair: o reservatório está com 36,4%, ante 36,7% do dia anterior - 0,3 ponto porcentual a menos. Veja também Após 19ª alta, Cantareira recupera 2ª cota de volume morto Os 105 bilhões de litros de água são represados abaixo dos túneis de captação; trata-se do 19º dia seguido de alta do Cantareira Instabilidade climática dificulta previsões sobre fim da estiagem Fator determinante para início da recuperação do Cantareira foi reduzir a retirada de água que abastece cerca de 6,5 milhões de pessoas na em SP e 5 milhões nas regiões de Campinas e Piracicaba Mesmo sem chuva, Sistema Cantareira sobe 0,2 nesta segunda Última queda ocorreu em 1º de fevereiro; apesar das altas sucessivas, Cantareira encontra-se utilizando a 2ª cota do chamado volume morto e que, portanto, opera além do limite de sua capacidade normal Região de Campinas recorre a piscinões para recuperar nascentes Cidades investem em bacias de contenção para reter água de chuva e reabastecer lençol freático em meio à crise provocaga pela estiagem Mesmo em alta, Cantareira ainda impõe economia O bom desempenho da chuva em fevereiro não significa que os riscos de agravamento da crise hídrica estão afastados; rios estão cheios e transbordando, e volume de água no Sistema Cantareira em alta