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Câncer de mama: prevenção é arma

Doença mata 12 mil por ano e cresce no País

Viver Melhor
18/10/2013 às 15:39.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:25
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Fabiana Marchezi* “É preciso muito otimismo, fé em Deus e não desistir nunca.” Essas são as dicas da dona de casa Marlene Terezinha Scheffel, que há cinco anos enfrentou um câncer de mama e hoje, aos 62 anos, está prestes a finalizar definitivamente o tratamento.  Com casos da doença na família, Marlene fazia mamografia anualmente para se certificar de que estava tudo bem, até que em 2008 veio a notícia assustadora. “No início foi muito difícil. Na hora, a gente não acredita, mas depois tira forças pela família. Fiz a cirurgia, retirei a mama totalmente, reconstituí, passei por difíceis quimioterapias, por radioterapias e vou continuar com acompanhamento médico o resto da vida. O mais importante é não desistir. Em nenhum momento durante um ano de tratamento intenso pensei que alguma coisa pudesse dar errado”, relembrou.  Responsável por 22% dos casos de câncer do País, o câncer de mama afeta anualmente 53 mil mulheres e causa mais de 12 mil mortes. O último levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde responsável pela coordenação das ações nacionais para a prevenção e controle do câncer, mostra que somente em 2010 12.705 mulheres morreram no País em função da doença.  Prevenção e conscientização estão entre as tentativas de redução da mortalidade do câncer mais incidente entre a população feminina brasileira. “O diagnóstico precoce é fundamental para que 80% dos casos evoluam para a cura”, afirmou o oncologista e quimioterapeuta Ubirajara José Lassance Cunha da Silva, do Hospital e Maternidade Santa Tereza. O especialista lembra que apesar de menos comum, a doença também atinge os homens. “A cada 25 mulheres diagnosticadas, há um homem com a doença.”  De acordo com dados do Inca, a distribuição regional do câncer no País é bastante desigual. As estatísticas mostram a dimensão do problema. Em 2001, o número total de mortes no País era de 8.657 mulheres. Em 2010, saltou para 12.705. De acordo com os dados, em 2010 a região Sudeste liderou o número de mortes, com 6.641 casos. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 2.633 casos, seguido da região Sul, com 2.300 casos. Fique sabendo  Para Silva, ao longo dos anos, o País tem conseguido conscientizar as pacientes para que façam exames. Mas ele lembra que, o autoexame também é muito importante. “A mulher tem que procurar um especialista ao perceber qualquer sinal de deformidades, alterações no formato das mamas, caroços, retrações ou feridas. A detecção precoce é a principal ferramenta na diminuição da mortalidade, mas também é preciso esclarecer que nem todo caroço, deformidade ou ferida terá diagnóstico de câncer”, esclareceu.  Segundo o Inca, quando o câncer é identificado em estágios iniciais, com lesões menores de dois centímetros de diâmetro, o prognóstico é sempre favorável e o percentual de cura, maior. De acordo com Silva, alguns fatores de risco contribuem para a disseminação de casos. Como exemplo, ele cita obesidade, ingestão de álcool, tabagismo, uso prolongado de anticoncepcional e hereditariedade.  O Inca segue recomendações internacionais usadas na maior parte dos países da Europa. Segundo as evidências, a mamografia deve ser feita a cada dois anos dos 50 aos 74 anos de idade. Abaixo dos 40 anos, a mamografia não é o procedimento mais indicado para examinar a mama, porque esta ainda é muito densa, e pode haver confusão de imagens entre a densidade da mama e a possibilidade de um tumor. Campinas, pela primeira vez, estará no Outubro Rosa Campinas participa pela primeira vez, no mês que vem, do Outubro Rosa, um movimento internacional nascido nos Estados Unidos que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama. A campanha, que começou no mundo nos anos 90, se notabilizou por iluminar de rosa monumentos históricos, prédios, equipamentos públicos e instituições privadas. Ao longo do mês, a ação traz seminários, palestras, ações de alerta e orientação. No Brasil, a cidade de São Paulo foi a primeira a iluminar prédios de rosa, em 2002. Em 2008, o Rio aderiu ao movimento e iluminou o Cristo Redentor. Em Campinas dezenas de prédios públicos e particulares serão iluminados de rosa, como a sede da Sanasa, CPFL, Viracopos, os prédios da PUC-Campinas, do CAISM e da Câmara.

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